Gerente de Medicamentos da Anvisa recomenda aprovação do uso da CoronaVac
Desde que seja condicionada ao monitoramento das incertezas e reavaliação periódica, gerência recomenda aprovação do uso emergencial
O gerente geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima Santos, disse, em apresentação durante a reunião da Anvisa sobre a aprovação do uso de vacinas contra a Covid-19, na manhã deste domingo, 17, que a Gência-Geral de Medicamentos da Anvisa recomenda a aprovação do uso emergencial da CoronaVac.
Segundo a conclusão do gerente, após a apresentação sobre a vacina -que teve teste em voluntários de Ribeirão Preto- a liberação deve ser feita desde que seja condicionada ao monitoramento das incertezas e reavaliação periódica.
"Tendo em vista o cenário de pandemia, o aumento do número de casos e ausência de alternativas terapêuticas, a Gência-Geral de Medicamentos recomenda a aprovação do uso emergencial, condicionada ao monitoramento das incertezas e reavaliação periódica", diz a apresentação do gerente.
Gustavo Mendes destacou que cerca de 2.000 pessoas não voltaram para receber a segunda dose da CoronaVac durante o teste clínico. "É importante entender o que aconteceu nesses casos."
Ele também criticou o fato de que dados importantes para a análise da eficácia da vacina foram enviados pelo Butantan apenas na quinta-feira, 14. Segundo o gerente, a Gência-Geral de Medicamentos precisa fazer um recálculo do índice geral de eficácia apresentado, que foi de 50,39%. "Para isso, a agência precisava do banco de dados para que sua equipe pudesse fazer o recálculo, que só chegou na quinta-feira. Não basta o pesquisador dizer qual a eficácia da vacina", disse.
O gerente também disse que ainda precisa ser resolvida a diferença de métodos entre o sistema de produção chinês e os parâmetros ocidentais adotados pela Anvisa no que diz respeito ao controle de qualidade da vacina (presença de impurezas, contaminantes etc.).
Na segunda parte da apresentação, o gerente fala sobre a vacina do Fundação Oswaldo Cru (Fiocruz), parceira do consórcio Astrazeneca/Oxford. Acompanhe a reunião no link.
Participam da reunião cinco diretores da Anvisa, um de cada diretoria da agência: Antonio Barra Torres, que é diretor-presidente da Anvisa, e a relatora dos pedidos, Meiruze Sousa Freitas, e os demais diretores Cristiane Rose Jourdan Gomes, Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos. Após os pareceres técnicos, a relatora lê o voto. Os diretores votam um a um, concordando ou discordando do voto da relatora. O resultado será anunciado pelo diretor-presidente da Agência no final da reunião.
A decisão passa a valer a partir do momento em que houver a comunicação oficial ao laboratório. e será publicada no portal da Anvisa, no extrato de deliberações da Diretoria.
Foto: Governo do Estado de São Paulo