Governo dá detalhes sobre projeto de vacinação em massa em Serrana

Governo dá detalhes sobre projeto de vacinação em massa em Serrana

Governador João Doria (PSDB) e profissionais da saúde concedem entrevista coletiva, nesta quarta-feira, 17

* Matéria atualizada às 10h de quarta-feira, 17.

Tem início nesta quarta-feira, 17, o projeto de vacinação em massa no município de Serrana, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto. No momento, o governador João Doria (PSDB), concede uma entrevista coletiva para dar detalhes sobre o projeto.

Também estão presentes o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas; o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn; o  diretor de estudos clínicos do Butantan, Ricardo Palácios; o prefeito de Serrana, Léo Capitelli (MDB), além de profissionais da saúde.

O projeto deve vacinar cerca de 30 mil pessoas em até oito semanas. Serão vacinadas todas as pessoas acima de 18 anos, com exceção das grávidas e de pessoas que não podem tomar a vacina por alguma recomendação médica. Os primeiros resultados dessa campanha deverão sair em até 13 semanas.

Dimas Covas ressaltou que a Coronavac tem uma grande probabilidade de ser eficaz contra a nova variante do vírus em Manaus, que já está presente no Estado de São Paulo. 
"De todas as vacinas que estão sendo usadas, a de vírus inativado, como essa do Butantan, é a que tem a menor probabilidade de ser afetada pela nova variante. As demais, como são feitas em cima de um único 'pedaço' do vírus, podem perder a eficácia caso esse pedaço mude. No caso da vacina do Butantan, já testamos na China contra a variante inglesa e a sul-africana com bons resultados. E agora estamos testando aqui no Butantan com a variante de Manaus. Estamos muito otimistas", explicou Covas.

Projeto Serrana

Segundo o Instituto Butantan, a cidade selecionada precisava reunir três condições: ser pequena, possuir alta taxa de infecção e estar próxima de um centro de pesquisa, que é a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. Com isso, o Instituto busca realizar um estudo do impacto da vacina em uma população inteira. 

O estudo escalonado por conglomerados vai avaliar a eficiência da vacinação no que se refere à transmissão do vírus, redução de carga do sistema de saúde, bem como outros efeitos indiretos da vacinação na economia, na circulação de pessoas e na aceitação da vacinação, por exemplo. O acompanhamento vai permitir mensurar todos esses aspectos em nível populacional, dados que geralmente são apresentados somente após a conclusão do programa de vacinação.

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“A ideia é vacinar o maior número de pessoas da população adulta. Nós estamos prevendo uma vacinação que pode chegar a 30 mil pessoas. E, com isso, a gente acompanha a evolução da epidemia. Tem aspectos técnicos que vão permitir fazer cálculos, fazer projeções e calcular se a vacina é capaz de diminuir a transmissão do vírus”, explicou Dimas Covas.

Foi realizado um mapeamento para obter um entendimento não só geográfico, como também social das áreas de Serrana e analisar o nível de aceitação da vacina. Com a ativação do sistema de vigilância, todos os moradores foram submetidos a um censo e a um processo de georreferenciamento por meio do qual será possível acompanhar o número de casos, exames positivos, internações e consultas médicas – o que permite comparar o resultado de cada região.

A imunização da população serranense poderá ter efeito indireto de proteção em quem não puder, por alguma razão, ser vacinado. Esse é um dos efeitos que o Projeto S pretende estudar.

"É um estudo importante para todos nós. Importante para Serrana, para o estado de São Paulo, para o Brasil e para o mundo. Com base no que vamos aprender aqui, poderemos contar para o restante do mundo qual o efeito de fato da vacinação contra a Covid-19", afirmou Ricardo Palacios, diretor de estudos clínicos do Butantan.


Foto: Arte Revide

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