Hospitais de Ribeirão Preto registram queda no número de atendimentos
Diminuição no fluxo de pessoas é resultado de medidas especiais em razão da Covid-19

Hospitais de Ribeirão Preto registram queda no número de atendimentos

Cirurgias eletivas e consultas foram canceladas para que estrutura hospitalar priorize pacientes com o novo coronavírus

A estimativa do Ministério da Saúde é que haja um crescimento acentuado no número de casos da Covid-19 no país em abril, com índices permanecendo altos em maio e junho. Por isso, além dos esforços para conter a rápida disseminação do vírus e para cuidar dos pacientes já contaminados, há, também, uma grande mobilização com o intuito de evitar que o sistema de saúde entre em colapso.

Em comunicado oficial, a Prefeitura de Ribeirão Preto orientou a população a não procurar atendimento médico diante de sintomas leves, como tosse, dor de garganta ou coriza. A busca por assistência deve acontecer em quadros mais graves, como febre alta e falta de ar, com prioridade para idosos ou pessoas que fazem tratamento de coração, diabetes, pulmão e rins.

Os hospitais da cidade, por sua vez, também adotaram algumas medidas de prevenção, com adaptações estruturais e operacionais para otimizar o funcionamento, como a definição de áreas exclusivas para receber pacientes com suspeita do novo coronavírus, a suspensão de atendimentos ambulatoriais e de cirurgias eletivas e o cancelamento de visitas, entre outras. A combinação das duas estratégias resultou em uma queda significativa no fluxo de pessoas nesses locais até o momento.

No Hospital São Lucas e no Hospital Ribeirânia, por exemplo, a taxa de ocupação está em torno de 50%. A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do São Lucas também está com 50% de ocupação. Já na UTI do Ribeirânia, há uma demanda mais alta, porque todos os casos suspeitos e confirmados de Covid-19 foram direcionados para lá. O serviço de Pronto Atendimento (PA) teve uma redução de 60%. “Todas as cirurgias eletivas foram canceladas pelas operadoras de planos de saúde. Essas situações estão impactando assistencialmente os hospitais e outros problemas aparecerão, também, após o final da atual epidemia”, afirma o presidente do Grupo São Lucas, Dr. Pedro Palocci.

Na Santa Casa de Ribeirão Preto, a diminuição no número de cirurgias chegou a 55% se comparado a primeira semana do mês. Os atendimentos ambulatoriais, em consultas e no PA, caíram 60% e as internações 35%. Segundo o diretor superintendente, Dr. Marcelo Di Bonifacio, a Santa Casa suspendeu novas cirurgias eletivas, realizando apenas os procedimentos que já estavam agendados e os emergenciais. Além disso, a instituição promoveu algumas modificações, como a transferência do ambulatório de Oncologia, setor essencial e que não pode parar, para um prédio anexo ao do hospital, minimizando a circulação dos pacientes pelas instalações.

No Hospital Beneficência Portuguesa, o cenário é bem similar, com redução no número de cirurgias (37%), de internações (60%) e de atendimentos ambulatoriais (quase 60%). No PA dos convênios e do Sistema Único de Saúde (SUS), a queda foi de 44% e 40%, respectivamente. “Essa é a nossa realidade, com alterações que precisavam ser feitas. Porém, estamos preocupados com outros problemas decorrentes da pandemia, como o índice de absenteísmo. Já tivemos em torno de 30 afastamentos de colaboradores por problemas respiratórios após segunda quinzena de março. Além disso, houve um aumento abusivo dos preços dos equipamentos de proteção individual”, revela Dr. Ystannyslau Bernardes, diretor técnico da Beneficência.


Foto: Pixabay

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