Pesquisa da USP Ribeirão orienta sobre desenvolvimento infantil durante pandemia

Pesquisa da USP Ribeirão orienta sobre desenvolvimento infantil durante pandemia

Pesquisadores fazem alerta e dão orientações sobre os aspectos negativos do isolamento social na primeira infância

Pesquisadores do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), da USP Ribeirão Preto, criaram um documento sobre “Repercussões da Pandemia de Covid-19 no Desenvolvimento Infantil”, que traz alertas e orientações sobre os aspectos negativos do isolamento social na primeira infância, que vai do nascer aos seis anos de idade. Segundo a pesquisa, as mudanças abruptas na convivência familiar, impostas pela pandemia, podem repercutir de forma negativa no desenvolvimento infantil, que necessita de interações positivas, afeto, boa alimentação e ambiente favorável para descobertas – fatores que, muitas vezes, podem passar longe da realidade dessas crianças.

Integrantes do comitê científico do NCPI, as professoras da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) Débora Falleiros de Mello e Anna Maria Chiesa dizem que o “distanciamento social tem acentuado ou feito surgir algumas dificuldades funcionais e comportamentais nas crianças”. De acordo com as pesquisadoras, há diversos estudos que mostram o aumento da dependência dos pais, desatenção, problemas de sono, falta de apetite e agitação entre as crianças com o início da quarentena.

No documento, os pesquisadores informam também outros efeitos ruins causados pelo isolamento social na população infantil, como o aumento da violência doméstica. Os dados econômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contam que 5,4 milhões de crianças de 0 a 6 anos (28% do total) vivem em domicílios pobres, com renda mensal abaixo de R$250,00. As professoras lembram ainda que, antes da pandemia, 34% das crianças brasileiras de zero a três anos frequentavam creches e que 93% das entre quatro e cinco anos estavam na pré-escola.

Com a crise sanitária e as intensas mudanças sociais, a equipe do NCPI acredita na disseminação do conhecimento científico e na “responsabilidade compartilhada da família, da comunidade, da iniciativa privada, da sociedade civil e do governo” como forma de promover o bem-estar e minimizar os efeitos negativos sobre o crescimento saudável das crianças de zero a seis anos.

O documento está disponível on-line e pode ser acessado clicando aqui. Mais informações por meio do e-mail [email protected]

*Com informações do Jornal da USP de Ribeirão Preto.


Foto: Pixabay

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