Prefeitura apura denúncia de fraude na vacinação de professores em Ribeirão Preto 
Prefeitura se negou a divulgar a lista de vacinados contra a Covid-19 no município

Prefeitura apura denúncia de fraude na vacinação de professores em Ribeirão Preto 

Acusação foi feita pelo secretário municipal de Educação, Felipe Elias Miguel

A Prefeitura de Ribeirão Preto apura uma denúncia de fraude na vacinação de professores contra a Covid-19. A acusação foi levada a público pelo próprio secretário municipal de Educação, Felipe Elias Miguel, em um grupo de profissionais da educação, no Facebook.

Segundo o secretário, algumas pessoas tentaram se passar por professores para receberem a vacina do grupo prioritário. Além disso, Miguel revelou um caso em que uma pessoa teria tomado três doses da vacina.

"Retrato da falta de respeito de colegas da Educação (e outros) com a Saúde e com a organização. Pessoas se passando por outras, pessoas que não são da educação e até um caso de pessoa tomando três doses. O esforço é enorme para filtrar pessoas de caráter duvidoso. Infelizmente é a realidade", escreveu o secretário.

Após a publicação, professores alertaram para a gravidade das acusações e se o secretário possuía provas. "Eu não seria irresponsável de mencionar algo aqui que não fosse fato concreto", argumentou Miguel.

Procurada, a Prefeitura informou que houve "uma denúncia e que ela será apurada". O executivo informou também que a Secretaria de Educação trabalha em conjunto com a Saúde para o avanço do processo de vacinação dos professores. 

Lista de vacinados

Recentemente, a Prefeitura vetou um projeto de lei vindo da Câmara Municipal dos Vereadores que solicitava a publicação da lista de vacinados contra a Covid-19. A medida, de autoria da vereador Gláucia Berenice (DEM), visava encontrar os "furadores de fila", pessoas que fraudam documentos para receberem a vacinação antes do cronograma.

Na ocasião do veto, a Secretaria da Casa Civil declarou que a proposta viola o sigilo dos pacientes. "Quanto aos motivos do veto, eles foram justificados na ação, porém, o principal é o sigilo médico já que a divulgação nominal e unitária contraria as práticas usualmente aceitas em todo o mundo de proteção à informação de cada paciente", informou a secretaria.

Após o veto, o vereador Lincoln Fernandes (PDT), protocolou uma nova proposta solicitando o acesso à lista. Dessa vez, o texto argumenta que a divulgação será feita apenas entre a Prefeitura e a Câmara, para que os os vereadores cumpram seu papel "fiscalizador". 

De acordo com o projeto, nenhum dado confidencial poderá ser divulgado a parlamentares, dando publicidade apenas a aquele em que a irregularidade for comprovada.

A lista deverá conter o local da vacinação, nome do imunizado, lote da vacina, nome do vacinador, data da imunização e qual grupo prioritário e de atendimento o munícipe pertence. O intuito é encontrar os "furadores de fila" da vacina. Essa segunda proposta se encontra em fase de tramitação na Câmara.


Foto: Luan Porto

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