Prefeitura confirma Fase Vermelha em Ribeirão Preto a partir de sábado, 6
Segundo o Governo do Estado de São Paulo, todas as cidades devem respeitar as medidas mais restritivas do Plano SP, até dia 19

Prefeitura confirma Fase Vermelha em Ribeirão Preto a partir de sábado, 6

Academias e salões de beleza e estética poderão funcionar na cidade durante o período mais restritivo, contrariando regras do estado

*Matéria atualizada às 18h56

A Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto convocou uma coletiva para a tarde desta quarta-feira, 3, para detalhar as regras municipais da Fase Vermelha determinadas para todo  o Estado de São Paulo. O prefeito Duarte Nogueira (PSDB), confirmou que a cidade vai seguir, até o dia 19 de março, as regras mais restritivas do Plano São Paulo, apenas com o funcionamento de serviços essenciais. O secretário da Saúde de Ribeirão, Sandro Scarpelini, e o secretário de Educação, Felipe Elias Miguel, e Antonio Daas Abboud, secretário de Governo, também participam da coletiva, realizada na sede da prefeitura. 

Sobre o atendimento em formato delivery e drive-thru durante o período de restrição de circulação, das 20h às 5h, o secretário disse que uma avaliação será feita e isso será publicado também até sexta-feira, por meio de medidas normativas. Contudo, Nogueira adiantou que a categoria deverá ser incluída como uma atividade essencial. "Se você  quer que as pessoas deixem de sair de casa, elas precisam ter condições de receber coisas em casa via delivery. Um motociclista ele está sozinho, de capacete, ele não encosta em ninguém. Então, na minha opinião, esse funcionamento pode ser mantido até às 23h", comentou Nogueira.

Por outro lado, o governo municipal espera diminuir ao máximo a movimentação aos finais de semana, incluindo, uma possível redução no horário de funcionamento dos supermercados. "Nós temos duas semanas na Fase Vermelha, não só Ribeirão Preto. Precisamos usar muito bem essas duas semanas. [Durante o] final de semana, sábado e domingo, iremos procurar uma movimentação mínima possível. Por exemplo, supermercado, que é serviço essencial, nós podemos limitar o funcionamento até às 20h, para que outros serviços essenciais [...] iremos avaliar. Quanto ao delivery, é nossa intenção avaliar a lógica do transporte", acrescentou o prefeito.

Academias 

Segundo o secretário de Governo, contrariando a orientação do governo estadual, o município permitirá o funcionamento das academias e salões de beleza mesmo nessa fase mais rígida do plano. A medida tem como uma base um decreto municipal.

Para Sandro Scarpelini, secretário de Saúde, um dos principais pontos de disseminação do vírus são bares e festas clandestinas. O secretário argumentou que, caso as academias sigam todas as regras de distanciamento social e sanitárias, o risco não é  elevado. Scarpelini argumenta que os frequentadores devem ficar atento e fiscalizarem de forma ativa os locais.

"Se eu morasse com minha mãe que tem 81 anos, eu não iria a uma academia. Agora, os mais jovens morando sozinho, não teria problema. Já ficou provado que se todo mundo ficar em casa sem fazer exercício vai ter problema", comentou o secretário.

Na sexta-feira, 5, uma regulamentação completa com todos os detalhes sobre o que pode e o que não pode funcionar será publicado no Diário Oficial do Município.

Boletim

No boletim epidemiológico desta quarta, consta 53.574 casos da doença confirmados na cidade desde o início da pandemia e 1.244 óbitos em decorrência da doença. 

Vermelho em todo o estado

Todo o Estado de São Paulo deverá entrar na Fase Vermelha a partir de sábado, 6, segundo medida determinada nesta quarta-feira, 3, pelo governador João Doria (PSDB). Além disso, fica mantido o toque de restrição, a partir de agora, das 20h às 5h. Uma coletiva de imprensa foi marcada pela Prefeitura de Ribeirão Preto para as 17h desta quarta-feira, 3, para esclarecer as novas regras no município.

O endurecimento do Plano São Paulo tem como objetivo conter o avanço da pandemia do coronavírus que está em seu pior momento desde o seu início. O governador criticou a condução do enfrentamento à pandemia do governo federal e, em específico, do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "Triste realidade de um país que é comandado por um negacionista. [...] Parte dessa tragédia se deve à falta de coordenação, de liderança, de hombridade. Triste Brasil que tem que suportar alguém com esse comportamento", criticou Doria. 

Doria ainda alertou que as próximas duas semanas deverão ser as mais difíceis da pandemia desde o seu início. Como exemplo, ele citou os recordes de mortes e casos na última terça-feira. No Brasil, foram 1.726 mortes, sendo 468 somente em São Paulo. O Estado também internou um paciente a cada dois minutos nas últimas 24 horas. "Isso não é normal, isso não é banal, não o é 'gripezinha', é uma tragédia. E que pode ser ainda pior se não tomarmos medidas", ressaltou Doria.

Com a medida, todos os serviços considerados não essenciais deverão fechar as portas. Com isso, devem interromper as atividades até o dia 19 de março: shoppings, comércio em geral, consumo local, bares, restaurantes. 

Porém, os seguintes serviços poderão funcionar:

- Saúde: hospitais, clínicas, farmácias, clínicas odontológicas e estabelecimentos de saúde animal

- Alimentação: supermercados, hipermercados, açougues e padarias, lojas de suplemento, feiras livres. É vedado o consumo no local

- Restaurantes e similares: permitido serviços de retirada, entrega (delivery) e que permitem a compra sem sair do carro (drive thru).

- Abastecimento: cadeia de abastecimento e logística, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns, postos de combustíveis e lojas de materiais de construção ? Logística: estabelecimentos e empresas de locação de veículos, oficinas de veículos automotores, transporte público coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega e estacionamentos

- Serviços gerais: lavanderias, serviços de limpeza, hotéis, manutenção e zeladoria, serviços bancários (incluindo lotéricas), serviços de call center, assistência técnica de produtos eletroeletrônicos e bancas de jornais

- Segurança: serviços de segurança pública e privada

- Comunicação social: meios de comunicação social, inclusive eletrônica, executada por empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens

- Construção civil e indústria: sem restrições 


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