Prefeitura de Ribeirão Preto assina decreto para compra de vacinas 
Prefeito Duarte Nogueira afirma que não quer "excluir" competência do governo federal, apenas complementar possíveis atrasos

Prefeitura de Ribeirão Preto assina decreto para compra de vacinas 

Decreto autoriza a destinação de R$ 25 milhões de recursos municipais para compra de vacinas

A Prefeitura de Ribeirão Preto publicou, nesta quarta-feira, 7, um decreto que destina recursos para a compra de vacinas diretamente pelo município. O projeto autoriza a criação de uma conta corrente do município no Banco do Brasil especificamente para a compra dos imunizantes. Segundo o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), serão depositados R$ 25 milhões.

"Não são recursos federais, estaduais ou da iniciativa privada. São recurso dos contribuintes e da cidade de Ribeirão Preto, objeto de economia das nossa secretarias", declarou Nogueira em uma entrevista coletiva nesta quarta. 

O decreto delimita que o valor seja gasto até o dia 30 de novembro de 2021 com as vacinas, caso haja saldo após esse período, o recurso terá destinação livre pelo governo municipal.

De acordo com o prefeito, o preço médio das doses gira em torno de 10 dólares. Com a quantia que será depositada, o município teria potencial para adquirir 500 mil doses.

No momento, o governo federal ainda detém o monopólio de compra de vacinas em todo o país. Contudo, segundo o prefeito, o decreto deixa o município preparado para quando uma "brecha" surgir. "Se tiver uma brecha, por menos que seja, nós estaremos preparados. Não querermos excluir o governo federal, queremos apenas complementar a morosidade que o Plano Nacional de Imunização está impondo aos brasileiros", ressaltou Nogueira.

Uma reunião com representantes da vacina AstraZeneca da Oxford já foi agendada com representantes do governo municipal. Em paralelo, a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), da qual Nogueira faz parte, iniciou tratativas com a Sinovac, da China. 

Supremo Tribunal Federal

Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que estados e municípios podem comprar e fornecer à população vacinas contra a Covid-19. Porém, a compra poderá ser feita apenas em caso comprovado de descumprimento do Plano Nacional de Vacinação pelo governo federal ou de insuficiência de doses previstas para imunizar a população. 

A liberação também vale para os casos em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não conceda autorização em 72 horas para uso de imunizantes aprovados por agências reguladoras de outros países.

Estado 

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou, nesta quarta-feira, o projeto de lei que autoriza a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo governo estadual e o setor privado, desde que devidamente aprovadas pela Anvisa ou autoridades sanitárias estrangeiras. 

De acordo com o texto, a aquisição pelo Estado e pelo setor privado só poderá ser feita seguindo as leis federais e se não houver prejuízo aos demais entes da federação. 

O governo estadual também fica autorizado a abrir crédito adicional especial para a compra. Já o setor privado também poderá distribuir e aplicar as vacinas. O texto segue agora para sanção ou veto do governador João Doria (PSDB)


Foto: Alexandre de Azevedo/ Prefeitura de Ribeirão Preto

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