Primeiro lote da Coronavac com 120 mil doses chega ao Brasil
A chegada das 120 mil primeiras doses da vacina, na manhã desta quinta-feira, 19

Primeiro lote da Coronavac com 120 mil doses chega ao Brasil

O material desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na manhã desta quinta-feira, 19; testes em voluntários de Ribeirão estão avançados

As 120 mil primeiras doses da Coronavac, vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelo laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, chegaram na manhã desta quinta-feira, 19, a São Paulo. O material foi importado da China pelo governo de São Paulo e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto é um dos centros que está participando da testagem da vacina Coronavac, fruto de uma parceria entre Instituto Butantan e farmacêutica Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Biotech.

Na cidade, o estudo é coordenado pelo professor Eduardo Barbosa Coelho, especializado em nefrologia. Segundo o médico, Coronavac já está em fase de desenvolvimento avançado, que é chamada de fase 3. Ele explica que essa etapa é a que antecede o registro do produto para possibilitar a comercialização ou a distribuição do mesmo.

A Coronavac é uma das quatro vacinas contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) que estão sendo testadas no Brasil. O governo de São Paulo firmou acordo para a compra de 46 milhões de doses e para a transferência de tecnologia para o Instituto Butantan. Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não autorizou a utilização da vacina, que está na terceira fase de testes, quando é aplicada em humanos. Até o momento a vacina mostrou segurança e eficácia, segundo os estudos.

O governador João Doria (PSDB), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchtey, acompanharam a chegada do lote nesta quinta. 

Aplicação

Segundo o governador, até o dia 30 de dezembro, são esperadas um total de 6 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus. 

Já a aplicação das doses depende de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que ainda não ocorreu. Caso a vacina seja reprovada pela agência, as doses não poderão ser aplicadas. "A Anvisa já havia autorizado [a importação]", disse Doria. "Agora, autoridades sanitárias da China deram autorização para importação pelo Butatan." 

Essas primeiras 6 milhões de doses que chegarão prontas da China vão ficar armazenadas sob responsabilidade do Instituto Butantan, mas não foi informado o local, por segurança. O restante das vacinas terá fabricação em São Paulo, após o recebimento de insumos.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, declarou que o primeiro lote de matéria-prima deve chegar em 27 de novembro e a produção começará 48 horas depois. O carregamento será suficiente para fabricar 1,2 milhão de vacinas. A aquisição das 46 milhões de vacinas custou US$ 90 milhões (cerca de R$ 479 milhões).

Também foi anunciado que as obras de uma fábrica para a produção da Coronavac já começaram, e terá capacidade de produzir 100 milhões de doses. A instalação, com cerca de 10 mil m², já existia e está sendo remodulada. A previsão de conclusão das obras é setembro de 2021, com um custo de R$ 160 milhões. Já foram arrecadados até o momento R$ 130 milhões com doações de 24 empresas dos mais diversos setores da economia. As doações estão sendo coordenadas pela organização social Comunitas, com o apoio da Invest-SP.

“A construção desta nova fábrica é um passo muito importante no enfrentamento da pandemia no Brasil e no mundo e consolida o Instituto Butantan como uma liderança mundial em desenvolvimento e inovação tecnológica na área da saúde” destacou Dimas Covas.

 


Foto: Governo do Estado de São Paulo

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