Projeto S pretende continuar avaliando a imunização de vacinados com a Coronavac
Estudo com a população de Serrana mostra efetividade da vacina Coronavac contra a Covid-19
O Projeto S, estudo de efetividade da vacina contra a Covid-19, Coronavac, conduzido pelo Butantan em Serrana, Região Metropolitana de Ribeirão Preto, tinha como proposta inicial acompanhar a população de Serrana durante um ano, se encerrando em fevereiro de 2022. Porém, será solicitada a renovação da pesquisa para estendê-la por mais um ano, dando continuidade a avaliação da duração da imunidade e também o impacto das variantes do SARS-CoV-2.
Até o momento, as conclusões mais recentes do Projeto S mostraram que as taxas de soroconversão (produção de anticorpos) entre os imunizados com a CoronaVac são mantidas acima de 99% mesmo depois de seis meses da segunda dose.
Além disso, a dose de reforço da Coronavac em idosos aumentou de duas a quatro vezes os níveis de anticorpos. Essas análises fazem parte da etapa sorológica, cujo objetivo é avaliar a imunidade de longo prazo nos vacinados.
“Foi possível observar um incremento grande nos níveis de anticorpos na população mais idosa da ordem de duas a quatro vezes quando comparados à etapa anterior, mostrando a capacidade da Coronavac em promover um aumento importante na resposta imune com a terceira dose mesmo nas faixas etárias mais elevadas”, explica o médico Gustavo Volpe, diretor técnico do Hospital Estadual de Serrana e um dos coordenadores do Projeto S.
No total, foram vacinadas 27 mil pessoas, representando 81,3% da população adulta e 60,9% da população urbana de Serrana. A Coronavac preveniu 80,5% dos casos sintomáticos de Covid-19, 95% das hospitalizações e 94,5% das mortes.
Quando a população vacinada atingiu 52%, também foram observados efeitos indiretos, protegendo quem não tomou o imunizante. A efetividade geral da vacina em toda a população, incluindo os não vacinados, foi de 48,1% para prevenir casos sintomáticos, hospitalizações e mortes. O número de casos de Covid-19 em crianças e adolescentes, grupo não vacinado, também foi reduzido.
A efetividade da Coronavac nos indivíduos acima de 60 anos foi ainda maior do que a observada em outras faixas etárias, se mostrando semelhante à da população inteira: 86,4% para casos sintomáticos e de 96,9% contra hospitalizações e mortes. Os idosos representaram 16% dos vacinados no estudo (4.320 pessoas).
*Com informações do Instituto Butantan.
Foto: Instituto Butantan