Ribeirão Preto amanhece com faixas contra o presidente Jair Bolsonaro

Ribeirão Preto amanhece com faixas contra o presidente Jair Bolsonaro

Faixas foram estendidas após discurso em rede nacional do presidente

Ribeirão Preto amanheceu, nesta quarta-feira, 24, com faixas com os dizeres "Bolsonaro Genocida" em pontos de grande fluxo na cidade. As faixas foram posicionadas na  Avenida Eduardo Andréia Matarazzo (Via Norte), na Avenida Jerônimo Gonçalves e na Avenida Francisco Junqueira, na qual foi estirada no Viaduto Profissionais da Saúde, que recebeu esse nome em homenagem a todos os trabalhadores que atuaram e atuam na linha de frente contra a Covid-19.    

O protesto ocorre um dia após o presidente da república Jair Bolsonaro (sem partido) fazer um pronunciamento em rede nacional. No discurso, Bolsonaro deu a entender que sempre foi favorável à vacinação. "Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. Somos incansáveis na luta contra o coronavírus", declarou.

Na data em que o presidente fez o pronunciamento, o Brasil, o Estado de São Paulo e Ribeirão Preto bateram recorde de mortes pela doença. Em Ribeirão Preto, foram notificados 27 óbitos.

As faixas foram estendidas em uma ação conjunta de partidos e grupos políticos da cidade. Uma faixa foi do coletivo Juntos e da Trabalhadores na Luta Socialista – grupos formados a partir de militantes do PSOl –; uma da Resistência, outro grupo do PSOL; outra faixa da Frente pelos Direitos Democracia e Soberania; e uma faixa da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A ação foi articulada pelo PSOL e o Juntos.

Segundo Luiza Gonzalez, estudante de Educação Física na USP e representante do Juntos na cidade, protestos como esse vem sendo realizados em outras cidades brasileiras. O grupo pretende realizar, durante as próximas semanas, ações em prol da vida, pelo retorno do auxílio emergencial e por um plano nacional de vacinação.

"Sobretudo para que tenhamos medidas de lockdown semelhantes as de Araraquara, que conseguiu reduzir o contágio e o número de mortes. Em Ribeirão Preto o lockdown foi mal feito, as pessoas se aglomeraram nos supermercados. E as pessoas sem o auxilio emergencial não podiam comprar os alimentos. Quem tem fome tem pressa", ressaltou Luiza.

Ainda de acordo com a representante do Juntos, o movimento também exige o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. "A nossa luta agora é para derrotar o governo. Não achamos que temos que esperar até 2022 para tirar ele de lá. É preciso tirar o Bolsonaro do poder para sair do país", ressaltou.

O grupo estendeu as faixas das 6h às 8h30 para aproveitar o fluxo de veículos no horário de pico. Contudo, membros do coletivo precisaram ficar ao lado das faixas. Luiza explica que, na data em que a morte da vereador Marielle Franco completou três anos, foram expostas faixas exigindo um esclarecimento para assassinato. Porém, elas foram arrancadas e depredadas.
 

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) coloca o governo federal como um dos principais responsáveis pelo atraso na distribuição de insumos e na liberação da Coronavac, a vacina do Butantan, pela Anvisa.

Em outubro de 2020, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro declarou que não iria comprar a vacina utilizada atualmente em todo o País. "Então, querido governador de São Paulo, você sabe que sou apaixonado por você, sabe disso. Poxa, fica difícil, né? E outra coisa: ninguém vai tomar tua vacina na marra, não, tá ok? Procura outra. E eu, que sou governo, não vai comprar sua vacina também não. Procura outro pra pagar sua vacina", declarou o presidente no dia 29 de outubro.

Em março de 2020, o presidente chamou a doença de "resfriadinho". "No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão", afirmou o presidente em discurso transmitido em cadeia nacional.

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Foto: Reprodução

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