"Se nós tivermos complicações no número de internações, eu mesmo levo a cidade para o vermelho", declarou Nogueira
Durante coletiva nesta terça-feira, 9, prefeito pediu cooperação da população para que se evite aglomerações e, por consequência, aumento na ocupação de leitos
Durante coletiva realizada nesta terça-feira, 9, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) pediu cooperação da população no combate à pandemia e advertiu que, caso Ribeirão Preto atinja índices elevados de ocupação de leitos, será necessário decretar medidas mais rígidas, como as da fase vermelha, do Plano São Paulo.
"Se nós tivermos complicações no número de internações em leitos de UTI Covid, e superar os 80% na nossa DRS [Diretoria Regional de Saúde], certamente, não vou esperar nem o Plano São Paulo levar a cidade para o vermelho, porque eu mesmo, como prefeito, vou levar a cidade para o vermelho. Porque não vou, em hipótese alguma, deixar alguém sem internação. Até porque, isso não aconteceu na nossa cidade, e não acontecerá", declarou Nogueira.
Na última atualização do sistema estadual de contabilização de leitos, a região de Ribeirão Preto atingiu a marca de 75% de ocupação em leitos de UTI. Segundo o Plano São Paulo, a partir de 75% o município entra na Fase Vermelha. Por isso, o município espera pela abertura de 10 novos leitos no Hospital das Clínicas (HC), até sexta-feira, 11. Já a plataforma LeitosCovid.org, utilizada pelo governo municipal e atualizada em tempo real, aponta para uma ocupação de 72%.
O chefe do Executivo ressaltou que estendeu a urgência dos cuidados com o coronavírus em reunião realizada na manhã desta terça-feira com representantes da saúde, comércio, Legislativo e Ministério Público. A Prefeitura estima que cerca de 80% dos segmentos comércio e serviços estiveram representados no encontro. "É uma responsabilidade compartilhada por todos. Desde já, todos esses segmentos começaram a se mobilizar no sentido de alertar a população", acrescentou.
Ainda durante a coletiva, foi anunciado a manutenção do ponto facultativo de Carnaval, nos dias 15 e 16 de fevereiro. "A nossa estrutura de saúde entendeu ser muito mais racional manter a cidade por quatro dias em situação de dormência, e evitar o agito do comércio funcionamento normalmente, do que impedir a presença do ponto facultativo, que faria com que a cidade tivesse mais circulação de pessoas", explicou Nogueira.
Por outro lado, o governo garantiu que deverá intensificar a fiscalização, principalmente, de festas clandestinas. "A Guarda Civil Metropolitana, a Fiscalização e com o apoio da Polícia Militar e Civil, irão atuar. Nenhuma festa clandestina que foi objeto de denúncia, deixou de ser coibida. Essa é a pior forma de contaminação, porque ela é uma das mais vorazes do ponto de vista de contaminar todo mundo nesse encontro. Esse jovem, de maneira irresponsável, vai para a sua casa e transmite para o pai, a mãe e os avós. O jovem pode achar bonito, bacana e interessante, mas ele está sendo um agente da morte se ele tiver esse tipo de comportamento", criticou o prefeito.
Sinal de alerta
Durante a coletiva, o secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, trouxe dados preliminares do que pode vir a ser um novo pico da doença em Ribeirão Preto, semelhante ao que a cidade enfrentou em julho de 2020.
No momento, o município apresenta uma taxa 160 de óbitos por 100 mil habitantes. O número é superior à média nacional (110 por 100 mil), à estadual (119 por 100 mil) e é inferior a São José do Rio Preto, que é de 235 mortes para cada 100 mil habitantes. Porém, São José do Rio Preto tem sido utilizada de "termômetro" pela Secretaria de Saúde.
"E São José do Rio Preto, na experiência que nós tivemos no ano passado, eles vieram um mês atrás de nós. Mas aí, teremos uma janela para fazer o que estamos tentando fazer", explicou o secretário.
Outro fator que reforça a necessidade de se manter as medidas de distanciamento social e a pressa para a vacinação, é que outras regiões próxima à Ribeirão Preto estão com índices de ocupação de leitos próximos a 100%. Franca, Araraquara e Bauru já enviaram pacientes para Ribeirão Preto.
Boletim
Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, o município registrou mais 13 mortes e 272 novos casos da doença nesta terça-feira, 9. Ao todo, a cidade soma 1.140 mortes e 48.327 casos confirmados.
As mortes notificadas nesta terça-feira aconteceram entre os dias 1º e 7 de fevereiro.
Foto: Alexandre de Azevedo/ Prefeitura de Ribeirão Preto
