Tem alta paciente de Covid-19 que recebeu tratamento com plasma da USP de Ribeirão
Tratamento desenvolvido em Ribeirão Preto transplanta plasma, com anticorpos, para pessoas com o novo coronavírus
Recebeu alta nesta terça-feira, 26, a primeira paciente a usar plasma com anticorpos para o tratamento da Covid-19, causada pelo novo coronavírus. A técnica foi desenvolvida pelo Hemocentro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.
A paciente, uma mulher de 65 anos, foi internada no dia 15 de abril no Hospital Estadual de Serrana. Logo no segundo dia internada, ela recebeu a primeira bolsa contendo anticorpos contra a Covid-19. Outras duas bolsas foram infundidas no dia 18 e 19 de abril. Ao todo, 45 pacientes recebem o tratamento pioneiro.
Tratamento
Segundo pesquisas desenvolvidas na China e nos Estados Unidos, um auxílio no tratamento contra a Covid-19 pode ser a transfusão de anticorpos de pessoas já curadas para as doentes.
Para se curar de uma doença, o corpo cria anticorpos que atacam o invasor, no caso, o vírus. Após eliminar a ameaça, o corpo permanece com esses anticorpos. Caso a pessoa seja infectada novamente pelo mesmo vírus, a resposta do organismo tende a ser mais rápida do que na primeira vez.
Todos esses anticorpos ficam armazenados no plasma do sangue, que é a parte líquida dele. Esse plasma, segundo o médico hematologista Gil Cunha De Santis, poderá ser doado por meio de uma doação de sangue comum.
"O restante do sangue, os glóbulos vermelhos, são devolvidos. É uma doação automatizada que dura 40 minutos", explica. Para isso, o Hemocentro de Ribeirão Preto busca pessoas que se curaram do novo coronavírus há pelo menos 15 dias, para serem doadoras.
O plasma com os anticorpos será aplicado em pacientes com estado avançado da Covid-19. O hematologista comenta que deverão ser feitas duas ou três infusões. Os médicos esperam que o tratamento ajude o sistema imunológico de pacientes mais debilitados a elaborar uma defesa mais rápida contra o vírus.
Contudo, a medida não substituirá outros cuidados médicos. “Apesar de que não existem drogas que tenham sido plenamente comprovadas quanto a sua eficácia, o tratamento não substituí nenhum medicamento”, acrescenta Santis. Mesmo sem estudos conclusivos sobre a eficácia do tratamento com anticorpos, o médico do Hemocentro tem esperanças quanto aos resultados. "Há esperança e vamos ver isso logo", concluiu.
Como doar
Podem doar as pessoas que estão plenamente recuperadas da Covid-19 há pelo menos 15 dias. Os doadores podem ser homens ou mulheres que nunca engravidaram e que pesem acima dos 50 kg. Os interessados passarão por uma avaliação do Hemocentro antes da doação.
Os possíveis doadores podem ligar para o número: 0800 979 6049 ou mandar mensagem para o WhatsApp: 16 99246-2579 e 16 98244-7188. Também é possível enviar um e-mail para: [email protected].
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Foto: Pixabay (Imagem ilustrativa)
