USP estima que apenas 15% dos infectados pelo coronavírus em Ribeirão Preto apresentam sintomas

USP estima que apenas 15% dos infectados pelo coronavírus em Ribeirão Preto apresentam sintomas

Estudo aponta que maioria das pessoas contaminadas não apresentaram sinais da doença e, por isso, não chegaram ao conhecimento da Vigilância Epidemiológica

O resultado da pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde aponta que apenas 15% das pessoas infectadas pelo novo coronavírus apresentam sintomas. Os outros 85% não tiveram qualquer sinal da doença e, por isso, não entram para os registros da vigilância epidemiológica. 

Os pesquisadores foram, novamente, à casa dos 700 voluntários que participaram da primeira coleta, realizada em maio. Com base nessa amostra, o estudo indica que 2% da população ribeirãopretana apresenta anticorpos para o coronavírus, ou seja, foi infectada em algum momento. O que representa cerca de 14 mil pessoas. Na primeira coleta, feita no início de maio, foram encontrados anticorpos em 1,2% da população.

Os resultados indicam que a maioria daqueles que contraíram a doença é do sexo feminino e têm entre 60 e 69 anos de idade. Para Fernando Bellíssimo Rodrigues, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), e um dos responsáveis pelo estudo, os achados tem prós e contras. “O positivo é que essas pessoas tiveram uma infecção muito leve, até sem sintoma nenhum e se curaram espontaneamente. O negativo é que isso dificulta as atividades de controle", explica.

Dessa forma, os resultados indicam que a maioria da população infectada, não sabe que está, podendo circular e transmitir o vírus para terceiros. "Não adianta só isolar a pessoa doente ou que tem sintomas, porque esses são só 15% dos infectados”, alerta Bellissimo. O especialista ressalta a importância de continuar seguindo as orientações sanitárias e de distanciamento social. "A gente tem sempre que usar máscara, fazer a higiene das mãos e continuar respeitando o isolamento social. O inquérito deixa claro que não dá para saber todos os que têm, ou não, o novo coronavírus.”, conclui.

 

*Com informações do Jornal da USP


Imagem: Revide

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