Aline Bei participa da Feira do Livro nesta quinta-feira
Foto: Letícia Agostinho

Aline Bei participa da Feira do Livro nesta quinta-feira

Autora participou do "Combinando Palavras" e terá "Salão de Ideias", às 17h

A Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto tem feito a alegria dos fãs de literatura. Hoje o dia é para quem gosta de Aline Bei, autora de "O Peso do Pássaro Morto", vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura (2018) e do Prêmio Toca, e de "Pequena Coreografia do Adeus". 



 

Durante a manhã ela participou da atividade "Combinando Palavras", onde alunos de escolas da rede municipal de ensino fizeram apresentações de trabalhos escolares inspirados nos livros da autora, que ficou emocionada com o momento e os presentes que recebeu. O projeto, que teve início em 2017, contempla escolas de 14 cidades da região e já teve mais de 27 mil alunos atendidos e busca estimular a formação de novos leitores através do contato direto entre leitor e escritor. Além disso, incentiva a leitura em escolas municipais e estaduais de Ribeirão Preto tendo como referência autores previamente escolhidos pela Feira Internacional do Livro. 

 


 

Para Aline, uma grande inspiração na literatura é Mia Couto, a quem teve a honra de mediar o bate papo na noite de ontem, quarta-feira. Na ocasião, ela perguntou para o autor sobre seu processo da gestação de um livro e, hoje, foi a vez dela de responder o questionamento. "A história começa, às vezes, numa região mais inconsciente e ela começa a pesar no corpo. Por isso eu acho a gravidez uma metáfora bonita, como se um corpo estivesse se formando no meu corpo. E há o momento em que esse corpo precisa sair, mas tem o momento também que ele precisa ficar, para que ele cresça. Então, este momento de conviver com esse incômodo, com essa sensação, porque o livro pode nascer de algo muito pequeno, de uma emoção muito sem nome ainda, às vezes vem de uma memória de infância.", contou Aline, que também disse que não quer reproduzir memórias de sua vida, mas que às vezes sua escrita se alimenta da força da memória para construir várias histórias. 



 

Segundo a autora, as crianças têm uma forma de habitar o mundo que tem tudo da poesia, pois elas são muito livres, uma vez que são seres que ainda não estão totalmente integrados na sociedade, estando dentro e fora, conseguindo, assim, acessar coisas que quando adultos encontramos a porta fechada.



 

Questionada sobre o papel das novas narrativas literárias para enfrentamento à alienação sobre os problemas mundiais, Aline disse acreditar que a poesia é sempre um caminho de aproximação entre as pessoas, as emoções, as coisas do mundo e a política. É também, para ela, uma forma de escuta. "A poesia é uma estratégia para que certas mensagens possam chegar ao outro sem que aquilo afaste pela força da violência que possui, porque a gente precisa falar sobre os assuntos. Então, o "como dizer" é a pergunta que os artistas se fazem, não para romantizar, porque a poesia não está a serviço da romantização, mas ela realmente consegue carregar a mensagem com uma potência de escuta do outro maior.", concluiu Aline Bei.



 

A autora recebe o público para um salão de ideias às 17h, no Auditório Meira Júnior e, logo após, realizará uma sessão de autógrafos. 

 

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