Antigo parceiro de Mazzaropi e Zé do Caixão lapida talentos na região de Ribeirão Preto
Idealizador do projeto quer integrar sociedade através do cinema

Antigo parceiro de Mazzaropi e Zé do Caixão lapida talentos na região de Ribeirão Preto

Projeto “Meu Primeiro Filme”, de Batatais, quer trazer a experiência da produção cinematográfica para amantes da sétima arte

Após anos fazendo parcerias nas telonas com dois dos maiores nomes do cinema brasileiro, nada mais nada menos do que José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e Amácio Mazzaropi, o cineasta José Adalto Cardoso resolveu partilhar todo o conhecimento de mais de 40 anos de cinema.

Em Batatais, município em que vive desde garoto, José Adalto resolveu criar um projeto para ensinar todo o processo de criação de um filme, desde roteiro, escala de atores, até a gravação e a edição chamado “Meu Primeiro Filme”. A iniciativa começou em 2007 e atende pessoas desde os 12 anos de idade até os 80. Tudo de graça.

A oficina ele toca com o filho Rogério e, em Batatais, conta com o apoio da prefeitura, além de participar de editais do Proac, programa de incentivo à cultura do Estado, que concede descontos em impostos para empresas que apoiam atividades culturais. Entre 2007 e 2017, em Batatais, foram produzidos exatos 98 curtas, todos feitos pelos participantes.

Para José Adalto, o projeto é uma forma de integrar a sociedade, criar um sentimento de comunidade e valorizar os sentimentos locais. “Com isso, agregamos outras pessoas da sociedade e começamos a atrair mais gente. A coisa fica muito interessante quando vemos gente da comunidade envolvida no projeto, como o dono do bar que cede o espaço para servir da cenário, ou pessoas da própria convivência dos participantes da oficina que se tornam atores para essas obras”, comenta o cineasta.

Ele conta que tem intenção de extrapolar os limites de Batatais e levar o projeto para outras cidades. Na região de Ribeirão Preto, Jardinópolis e Luís Antônio já receberam a oficina. “Toda cidade tem um grupo de teatro, por que não de cinema?”, questiona José Adalto.

Um dos amantes de cinema que passaram pelo “Meu Primeiro Filme” nesta incursão pelas cidades vizinhas é o estudante Raul Lé, de 18 anos de idade (de preto, na foto acima). O rapaz, cujo sonho é se tornar diretor, viu no projeto a chance de dar o “play” na carreira.

“Foi uma das experiências mais incríveis que já tive na vida”, comentou Lé, que se tem como principal ídolo na sétima arte o ator e diretor Charles Chaplin, e que está em busca de faculdades de cinema para dar prosseguimento ao sonho.

“Lá pude testar muita coisa. Pude fazer parte de todas etapas da produção de um filme, o que me mostrou que é realmente isso que quero para a minha vida”, diz o estudante que fez um curta, chamado “Antes do Amanhecer”, que conta a história de um homem que vê a vida desmoronar da noite para o dia.

Já José Adalto quer construir. Além de criar a cultura de cinema na região, ele acredita que a oficina pode exportar talentos para as emissoras de televisão na região. “Nós trazemos a nossa experiência e o resultado visto foi inimaginável. As emissoras de TV na região podem aproveitar este talento, embora não seja o principal objetivo, mas muita gente se revelou”, conta orgulhoso.


Foto: divulgação

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