Arrependidos podem “destatuar” o corpo

Arrependidos podem “destatuar” o corpo

Procura por remoção das imagens pode ter várias motivações; desde um novo emprego a um fim de relacionamento

Da mesma forma que aumentou o número de pessoas que procuram por tatuagens, cresceu também o número de arrependidos com as imagens no corpo. E, logo, houve aumento dos que buscam remover a imagem.

A remoção acontece por motivos variados. Mas é preciso estar prevenido, porque o processo de retirada sai mais caro do fazer uma nova tatuagem.

De acordo com a gerente da Clínica Diolaser, de Ribeirão Preto, Amanda Pontes Ferreira, 28 anos, a procura pela remoção de tatuagens passou a ser frequente.

“Por várias razões as pessoas estão preferindo remover a tatuagem. As principais motivações costumam ser constrangimento, um novo emprego, problemas na hora de se vestir ou, também arrependimentos vindos de relacionamentos amorosos”, afirma.

Amanda comenta ainda que remover uma tatuagem saí mais caro do que fazer. Com sessões de remoção de luz intensa pulsada, os preços variam de R$ 250 a R$ 950, dependendo do número de sessões realizadas, que vai variar de acordo com a quantidade e a cor do pigmento. 

Com uma média de 20 clientes por mês para retirar a arte, a gerente da clínica frisa que a maior parte é formada por homens, responsáveis por 70% da procura. O trabalho da clínica para apagar a tatuagem é feito com a luz intensa pulsada que é aplicada sobre a imagem.

Profissional inadequado

Levado pela emoção, o técnico de segurança de trabalho Willians Martins quis acompanhar a moda quando fez sua tatuagem aos 19 anos de idade. Por impulso, resolveu fazer a pigmentação com profissional não habilitado.

Hoje, aos 25 anos, o técnico recorda o desgosto. “O meu arrependimento foi por não ter procurado um bom profissional. E não ficou do jeito que eu queria,” relata.

Mesmo após seis anos, Willians permanece com a marca por motivos pessoais, pois a pigmentação está localizada nas costelas, sendo um local dolorido para retirar ou fazer outro desenho.  Mas não descarta a possibilidade de acertar a tatuagem.

Presente ‘de grego’

A estudante Graziela Garcia, hoje com 18 anos, ganhou de presente de aniversário de 13 anos a sua primeira tatuagem. Por conta de uma cicatriz, que a deixava envergonhada a jovem resolver fazer a arte para cobrir a marca que tanto a incomodava.

“Me arrependi, pois a tatuagem foi feita quando eu era nova. Agora, o meu corpo mudou e o desenho ficou desproporcional a ele. E também tem a questão das cores e da arte, que são infantis para a minha idade”, comenta .

Graziela revela ainda que este ano fará outro desenho sobre a antiga tatuagem, mas desta vez, será sem cores.

Cover up

Como cada tatuagem é única, as técnicas de remoção devem ser adaptadas individualmente de acordo com cada caso.

Segundo o tatuador, Gustavo Oliveira, o cover up, que é a cobertura em cima de uma tatuagem, deve fazer uma boa cobertura. “Se não cobrir direito, a antiga tatuagem vai chamar atenção para aquele problema. E a pigmentação é uma arte e não um produto”, argumenta.

A estudante de jornalismo, Jessica Cantareli, 22 anos, se decepcionou com a sua primeira tatuagem, feita aos 18 anos, pois com o passar do tempo percebeu que várias pessoas na sociedade tinham o mesmo desenho de sua tatoo.

A jovem preferiu remover de outra forma, fazendo o cover up. “Pesquisei vários métodos, até que cheguei ao cover up. Pelo fato de já querer fazer outra tatuagem e também por ser menos doloroso que a remoção a laser,” relata.

Jessica demonstra a sua alegria, após a cobertura da antiga pigmentação. “Minha nova tatoo é linda e única. Eu a desenhei junto com o artista HQ, Gabriel Barros”, comemora.

Remoção com laser

Segundo o site DermatoNews, já é possível apagar tatuagens sem deixar as cicatrizes do passado, utilizando-se o laser, um dos método para esta finalidade. O tratamento é feito em várias sessões, cujo número vai depender do tamanho da tatuagem, da profundidade do pigmento na pele e, também, das cores utilizadas nos desenhos.

A tinta negra é a cor mais utilizada, seguida pela azul, verde e vermelha e, depois, amarela e laranja. Tatuagens mais recentes apresentam maior variedade de cores, incluindo tons de rosa, roxo e fluorescentes. Nestes casos, para destruir seletivamente todas as cores da tatuagem pode ser preciso utilizar mais de um tipo de laser, pois cada laser atinge uma gama de cores específica.

As sessões não são totalmente indolores, mas o tratamento é bem suportável. Para atenuar o incômodo das aplicações pode ser utilizado um creme anestésico, que é aplicado no local uma hora antes da sessão.

No entanto, o tratamento não é mágico. Muitas vezes, não é possível remover toda a tatuagem, pois pigmentos mais profundos persistem deixando uma sombra do que foi a tatuagem.

Em outros casos, após a remoção completa, a pele tratada fica mais clara do que a pele ao redor, como uma mancha esbranquiçada, que pode ser transitória ou não. Hiperpigmentação também pode acontecer, deixando a pele mais escura que a pele não tratada.

A grande vantagem do laser é que a pele que não foi tatuada não é atingida pelo tratamento, pois a luz emitida pelo aparelho é atraída seletivamente pelas cores da tatuagem. Em alguns casos, pode ser utilizado um laser ablativo (que destrói as camadas superficiais da pele) antes do tratamento final, para expor melhor os pigmentos ao laser, que vai destruí-los.

Revide On-line
Laura Scarpelini (Colaboradora)
Fotos: Divulgação

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