Cresce número de adeptos das tatuagens

Cresce número de adeptos das tatuagens

A pele colorida pode representar qualquer significado; pessoas insatisfeitas já podem se desfazer de desenho

A aceitação de tatuagens pela sociedade aumentou e o número de pessoas que procuram tatuar o corpo também cresceu. A diversidade de estilos apresentadas por estúdios de tatuagem e a possibilidade de remover desenhos indesejados são alguns dos fatores do crescimento da arte na pele.

Desde tempos primordiais da “Era do Gelo”, em 5300 AC, pessoas já marcavam suas peles como forma de louvor ou castigo em uma determinada sociedade. Até mesmo personalidades de importância histórica possuíam algum tipo de desenho em sua pele como o empresário americano Thomas Edison e o presidente também americano Theodore Roosevelt.

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Mesmo há um milênio, na época das cruzadas, o corpo do antigo rei da Inglaterra, Harold II, foi identificado após sua morte pelo nome de sua esposa tatuado em um coração.

Kelsen Nascimento, tatuador conhecido na região central de Ribeirão Preto e que tem inúmeras tatuagens pelo corpo, conta que já sofreu preconceito, mas que hoje suas tatuagens são vistas como um estilo libertário e alternativo que foge dos padrões da sociedade. “Minhas primeiras tatoos, eram muitas caveiras, pois para mim elas representam o sinônimo de igualdade”.

Na hora de escolher um desenho, pessoas também aderem à moda de seu tempo. Grande parte das pessoas já tatuou o sinal do infinito ou estrelinhas em seu corpo por terem um significado em destaque de um determinado período.

Atualmente o sinal do ponto e vírgula tem se tornado frequente na pele dos jovens. O sinal representa uma atitude nobre criada por movimentos em redes sociais. A “febre” desta tatuagem representa um movimento que, de acordo com os próprios integrantes, mostra amor e esperança a quem tem tendências depressivas e suicidas.

Para o estudante de audiovisual Leonardo Galdino, a tatuagem é mais que apenas desenhos ou frases. Elas significam sentimentos, fases da vida. “Agora, pretendo fechar meu corpo com tatoos de motivação para os meus dias”.

Personalidades e filmes

Caio Ribeiro possui em sua panturrilha a representação de seu filme favorito. “Quando criança, assisti mais de cem vezes os longas do Jurassic Park. Aos 19 anos decidi eternizar meu amor ao filme. Pretendo fazer outras tatoos relacionadas a vídeo games, outros filmes, quadrinhos e talvez desenhos relacionados ao circuito musical”.

É normal que grandes produtos culturais sejam homenageados em forma de tatuagem. Personalidades também possuem seu destaque na pele das pessoas como o caso da estudante e tatuadora Brenda Falcão.

A jovem conta que possui o rosto de Charlie Chaplin em seu braço e que a homenagem foi não só pela carreira artística do ator, como pela vida pessoal do eterno Carlitos. “Ele era alguém que se esforçava para fazer o melhor ao mundo”, exalta Brenda.

 Profissional

A psicóloga Nathália Sabaine Cippola Roncato diz que no Brasil as pesquisas mostram que as tatuagens são feitas principalmente no verão, pela necessidade que cada pessoa tem de expor seu corpo símbolos tatuados em partes que julgam as mais belas e sensuais.

“A tatuagem pode conter diversos significados como aspectos psicológicos, representar uma nova fase ou transformação, registrar coisas importantes como nome de pessoas etc. Parece que se tatuar refere-se mais à sensação de pertencer a um grupo ou de fazer algo comum a um grupo de referência, permitindo sua inserção social no mesmo”.

Ela afirma que refletir sobre o ato de tatuar-se e continuar após a primeira marcação ocorre porque o desenho trouxe consequências pessoais e sociais muito positivas, a ponto de buscar novamente esse prazer.

“Mais do que registrar desenhos e letras com significado individual, a tatuagem também estabelece uma relação com o meio social em compartilhar necessidades, sentimentos, desejos e crenças, pois parece ser uma forma de revivê-los, incorporá-los e atribuir novo significado a eles”, conclui Nathália.

Revide On-line
Pedro Gomes (Colaborador)
Fotos: Guilherme Galdino, Ibraim Leão, Pedro Gomes e divulgação

 

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