
Edu Falaschi volta a Ribeirão Preto com show que celebra os 20 anos de clássico álbum do Angra
Cantor se apresenta no Vila Dionísio no dia 6 de julho; em entrevista, ele fala sobre a turnê, convidados especiais, legado do álbum 'Temple of Shadows' e planos para 2026
Um ano depois de se apresentar no Theatro Pedro II, Edu Falaschi retorna a Ribeirão Preto com um novo show, mas com o mesmo mote: a nostagia. No dia 6 de julho, o ex-vocalista do Angra sobe ao palco do Vila Dionísio e promete também intensidade, como manda o manual do heavy metal. O show faz parte da turnê comemorativa pelos 20 anos do álbum Temple of Shadows, considerado um dos marcos do metal brasileiro.
Em conversa com a Revide, Falaschi fala sobre o novo formato do show, o reagendamento da data em Ribeirão (que seria originalmente na sexta-feira, 27/06), a possibilidade de convidados especiais e a atualidade das mensagens do icônico álbum lançado em 2005. O músico também revela detalhes dos bastidores da turnê, os nomes que o acompanham no palco e antecipa seus planos para 2026, incluindo o encerramento da trilogia que começou com Vera Cruz e Eldorado. Confira:
Você se apresentou no Theatro Pedro II no ano passado. Neste ano, o espaço é um pub de rock. O que o público pode esperar dessa apresentação?
"Esse ano o show em Ribeirão vai ter uma pegada bem mais heavy metal raiz, diferente da atmosfera sinfônica e erudita que a gente apresentou no Theatro Pedro II. Dessa vez é no Vila Dionísio, um pub tradicional de rock, onde a gente fica mais colado no público, com aquela energia crua, intensa e visceral que o heavy metal pede. A galera pode esperar o Temple of Shadows completo, com aquela entrega que vocês já conhecem — mas sem orquestra. Vai ser no formato mais direto, mais explosivo. E eu adoro essa conexão mais próxima com o público nessas casas!"
Por que a apresentação em Ribeirão Preto precisou ser reagendada? Foi alguma questão técnica ou logística?
"Foi uma questão com a casa de show mesmo, algo sobre alvará. A produção teve que ajustar a data pra garantir que a gente entregasse o melhor show possível, com estrutura, som, equipe e tudo redondinho. Eu faço questão de estar 100% e com meu time sempre em sintonia, então esse pequeno ajuste lá pro Vila Dionísio foi legal e a galera está preferindo até"
O show de Ribeirão acontece um dia depois da principal apresentação da turnê em São Paulo, que terá vários convidados. O público pode esperar algo especial por aqui?
"Ribeirão vai ser especial por si só, porque a cidade tem um lugar importante na minha história. Mas sobre convidado especial, ainda não posso prometer nada… Mas… pode ser, hehe! Depois de um show tão grandioso em SP com Roy Khan, Kai Hansen, Adrienne Cohen e uma galera incrível, Ribeirão vem logo na sequência e tudo vai depender do ritmo da produção. Mesmo que não tenha convidado, a emoção, a entrega e a qualidade da apresentação vão estar lá em altíssimo nível. Mas existem possibilidades."
O álbum Temple of Shadows completa 20 anos em 2025. Qual o maior legado que ele deixou?
"O maior legado do Temple of Shadows é mostrar que o heavy metal pode ser sofisticado, profundo e, ao mesmo tempo, popular. Esse disco elevou o nível da nossa composição no Angra. Trouxe uma narrativa complexa, com temas históricos, espirituais, tudo isso embrulhado em melodias complexas e arranjos épicos. Trabalhar com o Kiko, o Rafael, o Aquiles, o Felipe nesse álbum foi intenso! Representa um momento de ousadia artística que inspirou muita gente. Até hoje é reverenciado como um marco."
Você acredita que a mensagem do álbum continua atual, mesmo duas décadas depois?
"Totalmente. O disco fala sobre intolerância religiosa, busca por propósito, liberdade de pensamento — tudo isso através da história do personagem The Shadow Hunter. São temas atemporais e que, infelizmente, ainda são muito presentes no nosso mundo. Acho que por isso o disco segue tão atual — ele provoca reflexão, além de emocionar. E a arte tem esse poder, né!? De atravessar gerações com relevância. Toda a temática foi desenvolvida pelo Rafael Bittencourt; eu basicamente interpretei suas ideias!"
Quem te acompanha no palco nessa turnê?
"A banda base tá incrível: meu irmão Tito Falaschi, que além de produtor agora é meu técnico de som na estrada; o mestre Fábio Laguna nos teclados; Raphael Dafras no baixo; Victor Franco e Diogo Mafra nas guitarras; e o monstro Jean Gardinalli na bateria. Em alguns shows especiais, como o de São Paulo, a gente conta com Roy Khan, Kai Hansen, Adrienne Cohen e a Orquestra Sinfônica Jovem de Artur Nogueira, com o maestro Michellino — mas isso varia conforme a cidade. Em Ribeirão, vai ser a formação clássica da banda detonando no palco com muita energia!"
Você se apresenta em Ribeirão semanas antes do Angra também fazer show celebrando o mesmo álbum. Isso mostra a força do Temple of Shadows?
"Totalmente! O Temple of Shadows não é só um disco importante pra minha carreira, mas pra toda a história do metal brasileiro. Ter duas turnês homenageando esse álbum só mostra como ele marcou profundamente os fãs e se tornou um verdadeiro clássico. E o mais bonito é ver o legado sendo celebrado de várias formas. Eu tive a honra de cantar esse disco, de gravar, de interpretar essa história. E agora, 20 anos depois, reviver isso com os fãs é emocionante demais!"
Há novos projetos ou discos autorais previstos após essa turnê?
"Com certeza! Depois da tour do Temple of Shadows, eu já tenho planos pra retomar meu trabalho autoral. Já tem composições novas rolando pra terminar minha trilogia que começou com Vera Cruz e Eldorado."
E entre os shows, o que você tem ouvido ultimamente?
"Cara, eu sou bem eclético, mas ultimamente tenho ouvido bastante Sting, que é um artista que me inspira muito, especialmente o álbum ao vivo Bring On The Night."
Foto: Fabio Augusto / Divulgação