Em obras desde abril, biblioteca Padre Euclides retoma atividades no dia 21 de setembro
Evento de reabertura do espaço cultura no Centro de Ribeirão Preto terá lançamento de livro do romancista premiado Menalton Braff
Após passar um período de quase cinco meses fechada ao público para obras, a Biblioteca Padre Euclides, no Centro de Ribeirão Preto, anuncia reabertura no próximo dia 21 de setembro, com evento de lançamento do último livro de Menalton Braff, “Os olhos do meu pai”, inspirado em fatos reais e com elementos da obra de Sigmund Freud.
Mais antiga biblioteca da cidade, com 121 anos de existência, a BPE foi criada para estimular a leitura entre a população, mas, com o tempo, foi se tornando um centro de profusão cultural, com agenda variada de oficinas, workshops, palestras, lançamentos de livros, entre outras atividades e eventos. A obra em curso recebeu recursos de edital para manutenção da Lei Paulo Gustavo Estadual e incluem restauração de mais de 700 m² de piso de madeira e modernização dos banheiros feminino, masculino e para pessoas portadoras de deficiências (PCDs), além de toda a parte de iluminação. O espaço ainda ganhará pintura nova.
A estrutura física da BPE, localizada no 1º andar do edifício Padre Euclides – à rua Visconde de Inhaúma, 490, Centro de Ribeirão Preto – inclui, atualmente, o espaço que abriga o acervo de 30 mil títulos, um salão de leitura com capacidade para 50 pessoas; auditório para 200 pessoas; sala de atividades para 30 pessoas, os banheiros, uma gibiteca (a primeira na cidade) e zineteca, além de uma feirinha permanente com mais de 4 mil obras de literatura brasileira e estrangeira de inúmeros gêneros, comercializadas a preços em torno de R$ 10 – a renda é totalmente revertida à aquisição de novas obras.
Entre os títulos de seu acervo, destacam-se obras raras, como, por exemplo, a “Suma Teológica de São Tomás de Aquino”, de 1871, em latim, e a 1ª edição em francês, autografada, do livro “A Retirada da Laguna de Visconde de Taunay”, dedicada a Dom Pedro II. A média mensal de visitantes ao local, segundo a produtora cultural e coordenadora de oficinas Fatu Antunes, é de aproximadamente 170 pessoas, que aparecem para pesquisar e/ou ler. Já a retirada de livros é de cerca de 400 ao mês, e uma média de 120 pessoas costumam participar das atividades programadas na biblioteca.
ORIGENS
A data de criação da Biblioteca Padre Euclides é considerada a de 3 de maio de 1903, que foi, na verdade, a de fundação da Associação dos Catequistas Voluntários, pelo padre Euclides Gomes Carneiro. Por conta de normas eclesiásticas da época, a entidade precisou mudar de nome e, em 17 de janeiro de 1904, passou a Sociedade Legião Brasileira, cujo estatuto original previa “fundar, quando possível, um museu e uma biblioteca”. Assim nasceu a Biblioteca Padre Euclides, cujo acervo inicial foi doado pelo próprio padre que lhe deu nome.
Em março de 1904, a Sociedade Legião Brasileira adquiriu terreno em uma das esquinas das ruas Visconde de Inhaúma com São Sebastião e iniciou a construção de uma sede própria, inaugurada só em 3 de maio de 1917, devido a paralisações nas obras por falta de recursos.
Entre a bibliografia do acervo dedicada à história de Ribeirão Preto, encontram-se curiosidades sobre essa primeira sede, que foi, por exemplo, abrigo e hospital improvisado durante a chuva de pedra que assolou Ribeirão Preto, em 1909, e nas revoluções de 1924 e 1930; foi quartel-general durante a Revolução Constitucionalista (entre julho e setembro de 1932) e no mesmo ano abrigou a única rádio da cidade, a PRA-7. Foi demolida em 1965, para a construção do Edifício Padre Euclides, mas o acordo de cessão de terreno garantiu a destinação de seus 1º e 2º andares à Biblioteca Padre Euclides / Sociedade Legião Brasileira Civismo e Cultura Ribeirão Preto (Solebrarp), que segue no endereço até hoje.