Escritor aponta que Ribeirão Preto é ‘protagonista’ na rota da cocaína
Escritor aponta que Ribeirão Preto é ‘protagonista’ na rota da cocaína

Escritor aponta que Ribeirão Preto é ‘protagonista’ na rota da cocaína

Jornalista Allan de Abreu lança livro que investiga as rotas do tráfico de drogas no interior do Brasil

A riqueza das regiões Norte e Nordeste do Estado de São Paulo, onde estão localizados municípios de destaque, como São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, as boas estradas, a topografia plana, as plantações de cana, são situações bem propícias para o tráfico de drogas, e é essa a rota que foi investigada pelo jornalista Allan de Abreu, que acabou de lançar o livro “Cocaína – A rota caipira”, pela editora Record.

O livro revela detalhes do tráfico internacional de cocaína na principal rota da droga no Brasil, que passa pelo interior de São Paulo e o Triângulo Mineiro com histórias que o próprio autor aponta de que de tão “surreais” parecem até fruto da imaginação. Porém, foram necessários quatro anos de trabalho, e dezenas de documentos conseguidos junto a uma rede de informantes oriundos da Polícia, advogados, juízes e até traficantes, que também forneceram entrevistas, para concluir o livro-reportagem. Tudo está contado nas 800 páginas.

Em entrevista ao Portal Revide, Abreu, que trabalha para o Diário da Região, de São José do Rio Preto, conta que a região de Ribeirão é protagonista da rota caipira, tanto que, segundo as pesquisas do jornalista, esse termo surgiu no município nos anos 1990, em razão da geografia do local, que abre a possibilidade de aviões de pequeno porte pousarem em pistas clandestinas sem dificuldades, além da grande malha de rodovias com qualidade.

“O Nordeste paulista apresenta condições muito favoráveis ao narcotráfico. Se for por aviões, a topografia é plana, cercada de canaviais, com muitas pistas clandestinas, ideais para a descida de pequenas aeronaves com cocaína. Na etapa seguinte, a droga é escoada até São Paulo por via terrestre, e estrada é o que não falta na região. Por último, a região de Ribeirão é muito rica, o que favorece a lavagem de dinheiro do tráfico por meio de investimento no setor imobiliário, por exemplo”, comenta o jornalista, que ainda diz que apesar dos esforços da Polícia Federal em combater o crime, eles têm sido paliativos.

No livro (cada exemplar custa R$ 60), o autor critica a falta de vigilâncias nas fronteiras brasileiras e a falta de cooperação policial do Brasil com os países vizinhos. Ele ainda aponta que no País diversas organizações criminosas atuam no comando do tráfico de cocaína, que vão desde bolivianos e colombianos, até quadrilhas sérvias, portuguesas e espanholas, além de grandes grupos mafiosos italianos. Mesmo assim, o principal comandante é o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ele defende que a melhor forma de se combater o crime está exatamente aí, nas fronteiras, desde que seja de uma forma mais profissional e com cooperação entre as polícias e autoridades do Brasil com as nações vizinhas.


Foto: Divulgação

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