Está chegando a hora dos Alegrões

Está chegando a hora dos Alegrões

Bloco que agita o Carnaval de rua de Ribeirão Preto sai no próximo domingo, 31; Veja detalhes

O carnaval veio para o Brasil com a chegada dos portugueses. Até o século 17 era chamado de entrudo, uma festa muito bagunçada onde as pessoas jogavam água suja e farinha umas nas outras. No século 19, as festas foram para os salões, dominadas pelas classes mais altas. Até essa época, ópera e valsa eram os estilos musicais mais tocados nos bailes, até o surgimento da primeira marchinha, em 1899, composta por Chiquinha Gonzaga.

Entrando neste clima e resgatando espirito carnavalesco há 11 anos, o Bloco Os Alegrões nasceu com o intuito de dar continuidade às festividades da época com as pessoas fantasiadas, cantando marchinhas pelo bairro Irajá, de Ribeirão Preto.

Idealizado pelos amigos, Perci Guzzo e Lelo Guazzelli, o começo do grupo começou com um megafone, onde os companheiros juntaram outras pessoas a fazerem parte da festa em comemoração ao carnaval.

Uma década se passou e o Bloco Os Alegrões virou uma confraternização da população da cidade e dos visitantes dela. Assim, como os bonecões, os adereços e os músicos começaram a compor um número maior de integrantes do grupo.

Segundo um dos idealizadores, Lelo, o grupo é um trabalho que não tem fim de promoção pessoal ou econômica. “Conseguimos mudar o cenário de Ribeirão Preto, pois hoje existe uma lei que permite a existência dos blocos carnavalescos na cidade”, afirma.

Além de trazer de volta a sonoridade das marchinhas que já se tinha perdido, Lelo comenta que a fantasia e os bonecões sugerem a brincadeira lúdica do carnaval, onde cada um pode ser o outro.

“É engraçado porque as pessoas se identificam como ‘Alegrões’ e pedimos para que elas usem fantasias, assim, são elas mesmas na versão alegrão”, ressalta.

Participação pontual

Participando do bloco desde a primeira marchinha dos Alegrões, o designer de interiores, Vinicius de Mello, 37 anos, conta que a sua primeira participação no grupo foi especial.

“Comecei participando de um concurso de fantasias, promovido por um grupo de amigos, que até então seria futuramente Os Alegrões, e eu ganhei o concurso”, lembra.

Ele afirma que desde aquela época vem agregando fantasias e visuais diferentes com a sua presença pontual dentro do bloco.

Com histórias e fantasias variadas, este ano Mello montou um grupo de 20 pessoas para participar do Bloco Os Alegrões, que vão estar fantasiados de palhaços, bailarinos, colombinas, malabaristas, entre outros. “É um bloco dentro de outro bloco, onde são todos criadores de uma alegoria de carnaval”, destaca.

Temas

A cada ano a organização do bloco elege um tema diferente, com músicas, alegorias e fantasias dos participantes. O “Entrudo dos Alegrões” e a “Marcha do Zé Pereira” que surgiram nas primeiras saídas, em 2006 e 2007, remetem às primeiras brincadeiras de carnaval introduzidas no Brasil no século XVI e XIX. Nos anos seguintes, partindo para as homenagens centenárias, as marchinhas homenageiam Chiquinha Gonzaga, Carmem Miranda, Adoniran Barbosa e Noel Rosa, compositores e intérpretes muito presentes na consagração da festa brasileira.

Em 2011, o bloco apostou na popular e inspiradora figura de Maria Bonita, e duas marchas acompanharam o cortejo dos foliões. De 2012 a 2014, se inspirou no Maracatu, na Marcha Rancho e no Samba de Lenço expressões do carnaval. Em 2015 prestou homenagem ao Grande Otelo, ator de muitos filmes que divulgaram o carnaval brasileiro, além de sambista.

Este ano, o bloco homenageia a figura do palhaço, que se tornou uma das alegorias mais populares do carnaval.  E o palhaço escolhido para receber a homenagem é o Mortandela, que participou ativamente nas saídas do grupo, fazendo a alegria do público.

Foto: JC Produções

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