História dos dançarinos de trenzinhos vira documentário

História dos dançarinos de trenzinhos vira documentário

Estudantes de São Paulo produzem ‘Rebolão, mas a sua irmã gosta’, documentário sobre dançarinos das carretas e trenzinhos de Ribeirão Preto

O sucesso dos dançarinos dos trenzinhos e carretas de Ribeirão Preto, como a Carreta Furacão, despertou o interesse de um grupo de estudantes de Audiovisual do Centro Universitário Senac, de São Paulo.

A ideia de produzir um filme sobre a história dos dançarinos que alegram as noites ribeirãopretanas surgiu entre 2012 e 2013, quando os vídeos e postagem com personagens dançando ao som do funk chamaram a atenção de Gabriel Mendes Dias e seus amigos.

“Quando eu e alguns amigos descobrimos que o Trenzinho Carreta Furacão não era o único daquele jeito – com Popeye, Mickey e Fofão dançando funk e divertindo a cidade – ficamos fascinados e passávamos muito tempo vendo vídeos, fotos, páginas no Facebook e percebemos que era algo muito maior do que ‘uns caras fantasiados dançando na rua’, havia uma subcultura enorme em torno de tudo isso em várias cidades do interior e surgiu a ideia de fazer um documentário”, destaque Dias, que no grupo de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) assume o papel da direção, roteiro e edição do documentário.

As gravações começaram em julho do ano passado com a equipe acompanhando o trabalho dos dançarinos do Trem Trio Balada, Trenzinho dos Gêmeos, Trio Sensação e Barulhão, Foguete da Alegria e Trio Big Folia.

O documentário “Rebolão, mas sua irmã gosta” nasceu como um TCC e conta ainda com direção de produção e direção de arte de Gabriela Dias; produção executiva e assistência de direção por Mayra Dias; direção de som, roteiro e edição de Miguel Haddad; e direção de fotografia e correção de cor por Arthuro Alves (veterano que ajudou os estudantes com a fotografia).

A equipe se deslocou para Ribeirão Preto para conhecer pessoalmente o movimento dos trenzinhos de Ribeirão Preto e eles gostaram do que viram. “Todos amaram e viram a força do tema, então resolvemos gravar tudo em Ribeirão Preto mesmo, pela força que tem na cidade e como ela pode representar bem a cultura dos trenzinhos”, destaca Dias.

Gabriel conta ainda que o que mais chamou a atenção do grupo foi a dimensão que os trenzinhos têm pra cidade, como os meninos se identificaram e como o dinheiro não é a motivação para que continuem dançando. “Pra eles aquilo tudo já está normalizado, mas pra quem conhece os trenzinhos infantis e turísticos antigos, é um baita choque”, destaca.

Patrocínio e lançamento

A primeira versão do filme foi apresentada para a banca de TCC, mas, o grupo pretende finalizar o filme “da maneira ideal”. Gabriel Dias revela que a intenção é terminar essa nova versão e lançar o filme em Ribeirão Preto. Como toda a produção do filme foi paga pelo grupo – com exceção dos equipamentos da faculdade – eles cogitam buscar um patrocínio. “Queremos arrumar lugares que estejam dispostos a exibi-lo, dentro ou fora de São Paulo, quanto maior o alcance melhor”, completa Dias.

Antes de lançar o filme no Youtube o documentário será enviado para festivais e somente depois será lançado ao público. “Nosso objetivo não é lucrar com tudo isso e sim mostrar a importância dos trenzinhos na vida desses meninos e consequentemente de Ribeirão Preto”, diz.

Foto: Teresa Cristina Dias Cunha Nascimento e Pedro Gomes

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