Live "João Rock e Você" reúne música e temas sociais
O CPM22 fez hardcore acústico com uma retrospectiva dos 25 anos de carreira e diversas versões exclusivas para a edição on-line

Live "João Rock e Você" reúne música e temas sociais

A versão virtual do festival, realizado no sábado e transmitido por meio do canal do evento no Youtube, contou com declarações e debates de temas como a pandemia, racismo e empoderamento feminino

O festival virtual "João Rock e Você" que reuniu Alceu Valença, Poesia Acústica, Humberto Gessinger, Marcelo D2, CPM22 e Raimundos, nesse sábado, 20, e transmitido pelo canal do evento no Youtube, foi marcado pela diversidade musical e declarações envolvendo temas sociais .

A situação da pandemia da Covid-19 esteve presente em todos os blocos musicais, além de temas como racismo e empoderamento feminino que foi debatido por meio da participação especial de diversos artistas.

A abertura ficou por conta de Alceu Valença, que tendo uma encosta no Rio de Janeiro como cenário realizou uma apresentação de conscientização para prevenção da pandemia do novo coronavírus. "Estamos aqui com um distanciamento de dois metros e temos as mãos limpas, nós lavamos as mãos e temos as mãos limpas porque temos coração. Vamos detonar esse vírus", disse o músico durante a apresentação, que contou com os principais sucessos de sua carreira.

Os integrantes do Poesia Acústica, projeto idealizado pela marca de roupa Pineapple Supply em parceria com o Brainstorm Estúdio, fizeram um ato antirracismo durante a participação. O grupo que reúne os rappers Chris MC, Kayuá, Tiago Mac, Bob do Contra, Ducon, Dk47, Malak eo DJ Slim Beats aproveitaram a música "Todo mundo odeia acústico", para entonar um discurso político.

"Somos a favor da liberdade, estamos passando por um momento político difícil. Somos a favor de país livre, antirracismo total", disseram os participantes do projeto.

Já o músico Humberto Gessinger aproveitou a participação para fazer um apelo para o público dar atenção para a "ciência" e tomar as precauções para se proteger no período da pandemia. "Acabamos de entrar no inverno. É um período bem crítico aqui no sul, mas vamos ouvir a ciência e se cuidar neste período", declarou Gessinger .

O rapper Marcelo D2 marcou sua participação com a projeção de imagens das comunidades cariocas e letras com teor de crítica social abordando questões envolvendo a violência e desigualdade social embalando a uma mescla de ritmos e batidas eletrônicas com fundos de samba e música brasileira.

"Pessoal quero agradecer a todos que estão incentivando a cultura. Ao pessoal do João Rock. Isso é muito importante. Estamos vivendo um momento difícil. Fiquem em casa e cuidem dos seus que vamos sair dessa", disse D2.

O CPM22 fez hardcore acústico com uma retrospectiva dos 25 anos de carreira e com diversas versões exclusivas para a edição online do festival. "O João Rock tem uma participação muito importante na nossa história. Nesses 25 anos, tocamos na primeira edição. Isso é muito legal", afirmou Badauí .

A programação foi encerrada com a participação do Raimundos, que fez uma apresentação com cada integrante em sua casa apresentando um repertório com os principais hits da banda.

Homenangens e debates

Na sequência das homenagens, o guitarrista Dado Villa-Lobos comentou sobre a gravação da versão de "Tempo Perdido", exibida durante a live, que contou com a participação de 20 artistas convidados. "A energia do encontro foi muito gloriosa e tão cabível no momento em que as pessoas estão em casa. É uma música marcante e icônica. Foi maravilhoso", disse.

A versão virtual do João Rock também contou com a participação dos rappers Emicida, Bia Ferreira, Fiote e Alexandre Carlo, do Natiruts, que participaram de um debate sobre racismo, da roqueira Pitty falando sobre a participação das mulheres no João Rock e do hexacampeão mundial de skate Sandro Dias, o Mineirinho, em uma homenagem ao Chorão, vocalista do Charlie Brown, que morreu em 2013 e completaria 50 anos em 2020.


Foto: Reprodução Youtube João Rock

Compartilhar: