No "Dia do Star Wars", fãs ribeirãopretanos declaram o amor pela franquia
Com mais de 40 anos, franquia arrasta multidões aos cinemas e conquista novos fãs

No "Dia do Star Wars", fãs ribeirãopretanos declaram o amor pela franquia

O Portal Revide entrevistou colecionadores e pessoas apaixonadas pela série; confira

No dia 4 de maio é comemorado, em todo mundo, o Dia do Star Wars. A escolha da data veio do trocadilho com a palavra em inglês. Os fãs substituíram o famoso bordão da série “May the Force be with you” (Que a Força esteja com você), por “May the fourth be with you” (Que o quatro de maio esteja com você), pela similaridade na pronúncia das palavras.

O primeiro filme da saga espacial, escrita pelo diretor e roteirista norte-americano George Lucas, foi lançado em 1977. Desde então, foram criados oito filmes e um spin-off – história derivada do enredo principal. Além deles, em maio será lançado o segundo spin-off: “Han Solo: Uma História Star Wars”. No Brasil, a estreia está marcada para o dia 24.

Mas, além do sucesso nas telonas, Star Wars estendeu seu universo para os quadrinhos, vídeo games, séries animadas e livros. Com essa amplitude, consolidada há tanto tempo e atingindo galáxias tão distantes, os fãs ribeirãopretanos não poderiam ficar de fora. O arquiteto Márcio Cunha estava no cinema, naquele maio de 1977, quando o primeiro filme estreou.  Ele conta que tem dificuldades de explicar para as gerações mais recentes o impacto que sentiu ao assisti-lo.

Segundo o arquiteto, o “repertório visual” que havia na época para produções de ficção científica era basicamente inspirado na série “Perdidos no Espaço”, de 1966. Além dela, “Star Trek” (Jornada nas Estrelas) também estreava na época, mas, com uma narrativa mais filosófica e com embates menos épicos, o que fez com que o filme demorasse para cair nas graças dos brasileiros.

Perdidos no Espaço (1966) era uma das únicas referências de tramas espaciais na tv

“Então, fomos ao cinema esperando ver algo com esse nível de efeitos visuais. Quando o filme começou e de cara já havia a cena das naves no espaço em plena batalha, foi de cair o queixo. Darth Vader e os Storm Troopers eram os "vilões", mas tinham um visual tão fantástico que a gente não conseguia não gostar deles”, relembra.

Cunha, que tinha apenas sete anos na estreia, conta que após assistir ao “Uma Nova Esperança” se tornou um fã da franquia. Seus cadernos da escola passaram a ser tomados por desenhos de naves espaciais. Anos depois, em 1996, ele realizou um sonho de infância: foi vestido de Darth Vader em uma festa a fantasia. Isso ocorreu muito antes do termo “cosplay” se popularizar para denominar pessoas que se vestem como personagens da ficção, o arquiteto pode ser considerado um dos primeiros “cosplayers” de Star Wars de Ribeirão.Da fantasia orignal (esq.), restou apenas o capacete

“Naquela época, a internet não era tão dinâmica quanto é hoje, e aqui no Brasil não existia nenhuma loja online com produtos de Star Wars para vender. Então, o máximo que a gente encontrava era lojas especializadas em fantasias lá nos Estados Unidos”, conta Cunha.

Por fim, o arquiteto encomendou o capacete e a máscara do vilão da franquia dos Estados Unidos e confeccionou o restante da roupa.  Após a festa, ele ficou conhecido como o “Darth Vader de Ribeirão”. Pessoas pediam a roupa emprestada para eventos e ele recebia presentes com a figura do personagem.

Além dos filmes, roupas e acessórios, os fãs colecionam tudo o que leve o nome da saga – e olha que não são poucos produtos. Na cidade, quem gosta de Lego deve conhecer Christopher Carvalho Oliveira, colecionador há mais de 20 anos. Além de uma coleção invejável dos mais variados modelos, Oliveira, que trabalha como contador, mantém um verdadeiro império de peças de Star Wars. São naves, personagens, veículos e cenários, que ele ostenta tanto em casa, quanto no escritório.

Segundo Oliveira, ao rever a saga em 2010, teve a ideia de colecionar os itens da série. De acordo com o colecionador, os legos do Star Wars estão entre os mais valiosos e raros do mercado. “Estudos feitos nos EUA comprovam que algumas séries de Legos têm uma valorização maior do que o preço do ouro”, comenta o colecionador, que afirma já ter investido mais de R$ 80 mil em sua coleção.

Alguns itens da coleção de Christopher Oliveira

Uma nova geração

Star Wars completa 41 anos em maio. Neste meio tempo, a história teve seus altos e baixos. Dividida em três trilogias, com o capitulo IX fechando o arco mais recente em 2019, os fãs se dividem na hora de escolher os preferidos. Cunha conta que adorou os filmes mais recentes (capítulo VII e VIII). “Vou sempre ao cinema ver os lançamentos. De lá para cá, só não gostei do Episodio I, que foi muito infantil. No caso do Jake Loyd, foi uma péssima escolha de ator, além de ser totalmente dispensável o personagem Jar Jar Binks. Mas os episódios II e III, foram ótimos. Já os episódios VII e VIII, foram perfeitos”, avalia.

Já Oliveira faz parte dos tradicionais. Gosta da trilogia “clássica” dos anos 70 e 80. “Para mim, Star Wars são os episódios IV, V e VI. Os episódios I, II e III têm seus valores, pois respondem as perguntas dos filmes clássicos. Mas esta nova geração com a Disney, eu acho forçada, sei que precisamos renovar, e preparar o universo para as novas gerações, porém, clássico é clássico”, finaliza.

Entretanto, não é só de fãs das antigas que vive a franquia. A série se tornou experiente em se reinventar, seja com novos filmes ou animações, Star Wars arrebata públicos de diferentes idades.

Como é o caso do auxiliar administrativo Thiago Luiz Aguiar Bezerra (foto de destaque), de 23 anos. O jovem comenta que sempre quis fazer “cosplay” e ao procurar por personagens parecidos com ele, encontrou Mace Windu, que é interpretado por Samuel L. Jackson. “Me transformei pela primeira vez em 2011, com roupas muito simples. Mas, só quando ganhei um desfile de ‘cosplay’ que resolvi entrar de vez neste universo”, conta Thiago, que há 7 anos se caracteriza do personagem.   

O “cosplayer” relembra que assistiu os episódios finais da segunda trilogia no cinema, (2002 e 2005), mas prefere os filmes antigos. "Gosto mais da primeira trilogia. Para a época, os primeiros episódios devem ter sido mágicos para quem assistia. Mas, essa terceira trilogia que está vindo agora eu também estou gostando. O último que saiu [Episódio VIII]  resgatou a essência do Star Wars", conclui.

Dia do Star Wars

Apesar do 4 de maio ser considerado pelos fãs como o dia do Star Wars, existe um grupo que defende o dia 25 de maio, data da estreia do primeiro filme, como sendo o “verdadeiro dia”. Esta segunda data, também é considerada como o “Dia do Orgulho Nerd”, uma vez que possui ligações com outras sagas da cultura pop como os livros “Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams, e “Discworld”, escrito por Terry Pratchett.

 


Foto: Arquivo pessoal

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