Historiador lança livro sobre a participação de ribeirãopretanos na 1ª Guerra Mundial
Obra resgata a influência do café do município para a entrada do Brasil no conflito
Embora o Brasil tenha feito parte da Tríplice Entente, a participação do País na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ficou restrita apenas às questões diplomáticas. O único corpo militar enviado para o combate chegou na Europa no dia anterior ao término da disputa, não dando tempo de ir para o front. Porém, um historiador de Ribeirão Preto lançará um livro que revela a participação de soldados da “Terra do Café” no conflito.
Nesta quinta-feira, 13, acontecerá o lançamento do livro “Ribeirão Preto e a Primeira Guerra Mundial”, do historiador Max Wagner, no Centro Cultural Palace, a partir das 19h. A obra conta a saga de 100 moradores de Ribeirão Preto que foram lutar na guerra pela Itália. São imigrantes que vieram para o Brasil trabalhar nas indústrias e lavouras de café, que, a pedido do rei italiano Vítor Emanuel III, tiveram que voltar para a batalha.
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Wagner começou a pesquisa a partir de histórias que seu avô contava sobre o irmão da sua bisavó, que havia participado do conflito. O parente distante do historiador era Ambrosio Zumello, que nasceu na Itália, mas que vivia no município, e trabalhava na construção civil.
Ainda muito envolvido com o país europeu, o irmão da bisavó de Wagner, em 1915, saiu de Ribeirão Preto de trem em direção ao Porto de Santos, onde embarcou em um navio rumo à Itália, para se alistar no conflito. Lá ele batalhou no front Veneto, região no norte do país, que na época era parte do Império Austro-Hungaro.
“O meu avô e meu pai contavam as histórias dele. Eles conviveram por bastante tempo. Em razão disso, eu me apaixonei pela história e virei historiador militar”, explica o Wagner, que pesquisa a história das duas grandes guerras do século XX há 20 anos.
Importância que surpreende
De acordo com Wagner, a maior surpresa das pesquisas para o livro é em relação a importância que Ribeirão Preto tinha para o País no início do século passado. “Ribeirão Preto era a quarta cidade mais importante, por causa do café. O município era a capital mundial do café na época, e o Brasil se envolveu na Guerra por causa disso, porque os alemães estavam afundando os navios mercantes carregados pelo produto, e a maior parte era de Ribeirão Preto”, lembra o historiador.
Foto: Stefanie Hacker - divulgação
