Peça ‘Efêmeras’ estreia no Sesc nesta quinta, 28

Peça ‘Efêmeras’ estreia no Sesc nesta quinta, 28

Espetáculo reúne artistas de três companhias de teatro ribeirãopretanas e aborda o universo feminino

Abordando a força do arquétipo feminino e as energias que envolvem o gênero em sua essência mais pura, a peça “Efêmeras” estreia nesta quinta-feira, 28, em duas sessões, às 19h e às 21h, no Galpão de Eventos do Sesc Ribeirão Preto.

Fruto do encontro artístico de Michelle Maria e Flávio Racy, da Cia. A DitaCuja, Thais Foresto, da Cia. Tertúlia, e Michel Masson, da Cia. Boccaccione, a peça tem como tema o universo das mulheres e foi idealizada para dialogar com o público sobre o assunto.

Apresentando o cotidiano como fio condutor, o espetáculo aborda de forma atemporal e universal situações que, ao mesmo tempo, se contrapõem às relações humanas do mundo moderno e desnudam a alma selvagem das mulheres.

Para Thais Foresto, atriz e dramaturga, o espetáculo propõe mais do que um mergulho no universo feminino, uma transmutação. "Escrever a dramaturgia de ‘Efêmeras’ foi como revisitar as mulheres que habitam em mim, faces que habitam todas nós, mas que ficam guardadas e dificilmente encontramos espaço para vesti-las”, destaca Foresto.

A atriz conta ainda que o texto nasceu por meio de metáforas e poesias. “O que a alma feminina grita? O que gritou e o que quer gritar agora? Devemos experimentar o toque dessas facetas, que o cotidiano tende a reprimir. Espero que ‘Efêmeras’ possa conduzir não somente mulheres, mas também homens a um mergulho em modelos, a busca dos instintos e desejos mais profundos. ‘Efêmeras’ sou eu, ‘Efêmeras’ é você", enfatiza.

O cenógrafo e encenador Flávio Racy revela ainda que todo o processo de criação foi desenvolvido a partir de inquietações das atrizes Michelle e Thaís e que o resultado das cenas refletem as várias faces do arquétipo feminino. "É um espetáculo que fala do poder feminino e se conduzido por homens tende a enfraquecer o debate e colocar mais uma vez a mulher sob a ótica masculina. Quando entendemos isso encontramos nosso caminho. A obra é das mulheres que estão nesse processo e o meu papel enquanto cenógrafo e encenador (não diretor) desse espetáculo foi atender às necessidades das doces, ácidas, diretas e poéticas palavras que são colocadas com tanta sinceridade por essas mulheres, para que elas possam ganhar o mundo através das suas bocas, dos seus gestos e dos seus olhares", afirma.

Figurino

O figurino, segundo Michelle Maria, foi criado a partir da antítese do pensar o que cobre a pele ou o que não a esconde. "O corpo é único? Pele, pêlos, cabelo de almas fundidas? Como seria eu selvagem, nestes dias de mulher? Com essas perguntas pensamos no tecido que desenha nossos corpos e nos traços que marcam nossos rostos. O figurino e maquiagem criados como expressão de não esconder nem corpo, nem alma. Sem data marcada. Sem lugar. Sem moda, nem molde. Mulheres únicas de almas fundidas", ressalta a atriz.

A produção conta ainda com a participação de Liliane Freitas como contrarregra, Camila Kerr no apoio à pesquisa de trilha sonora e Michel Masson no design e conceito luminotécnico. "A luz atuará como imã, uma espécie de fio condutor e seguidor dos passos das atrizes. Atrativa e ondulatória, como um corpo vivo e fluente, um objeto de aproximação e aconchego", pontua o Masson.

Foto: Divulgação

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