Poeta sonha em lançar um livro com suas poesias

Poeta sonha em lançar um livro com suas poesias

Com dificuldades na escrita e com a língua portuguesa, o motorista aposentado José Claudio Tomé, escreve seus poemas sem ter tido estudo

O ribeirãopretano José Claudio Tomé, de 76 anos, motorista aposentado, é um grande sonhador. Sem ter tido a oportunidade de estudar, Tomé, chamado assim por todos que o cercam, aprendeu a ler e a escrever sozinho. E esse dom de Deus, assim intitulado por ele, despertou outra dádiva especial, criar poemas acrósticos, que consiste em formar uma palavra vertical com as letras iniciais ou finais de cada verso gerando um nome próprio ou uma sequência significativa, e sonha em lançar um livro com suas poesias.

De uma forma não mais convencional, com dificuldades na escrita e com a língua portuguesa, ele compõe seus poemas em uma máquina de escrever e com nomes de pessoas especiais ou influentes em uma determinada área.

A história começou quando Tomé tinha apenas 12 anos de idade e iniciou os estudos junto com seu irmão, já falecido. “Eu me recordo que estudei apenas uma semana no período noturno junto com meu irmão, que já faleceu. Nessa fase de meninos travessos, com 12 e 13 anos de idade, nós acabamos tirando sarro de um problema que o professor tinha, e acabamos sendo expulsos da escola”, destaca Tomé.

Após a expulsão, Tomé conta que nunca mais teve a oportunidade de estudar novamente. “Depois disso, fui trabalhar na fazenda e nunca mais tive a oportunidade de estudar. E até hoje penso como aprendi a ler e escrever, e acho que foi dom de Deus mesmo, mas tenho algumas dificuldades”, afirma.

No início da década de 80, após perder um filho recém-nascido, Tomé começou a escrever seus poemas. “Foi um momento triste, eu morava na roça, e ele foi internado na Santa Casa. Assim que levamos ao hospital, os médicos disseram que não era algo sério, porém quando entreguei meu filho à enfermeira, após duas horas, ele voltou sem vida. Foi nesse momento que comecei a escrever meus poemas”.

Tomé ainda se recorda do poema feito para o filho falecido. “Meu filho querido, como eu te amo, neste momento você já não está mais com a gente, você faleceu. Foi mais o menos isso que escrevi, pelo o que me recordo”.

A partir desse momento, ele começou a escrever poemas sobre romance, jardins e as belezas da natureza. Atualmente, Tomé escreve poemas do gênero acróstico em forma de críticas à política atual do País. De acordo Tomé, o que despertou sua vontade de criar poemas críticos ao governo da presidente Dilma, foi o fato de os aposentados não terem um salário que possibilite uma vida digna e sem dificuldades. “Ao invés de a aposentaria aumentar, só diminui, e através dos poemas, mostro a minha indignação perante esses acontecimentos”, aponta.

Sonho

Com mais de 200 poesias acumuladas, o senhor Tomé sonha em criar um livro de poesias. Já tendo procurado várias pessoas importantes e até mesmo vereadores da cidade para poder lançar o livro, ele continua a imaginar e ter esperança que irá realizar o seu grande sonho.

“Eu contínuo a batalhar pelo meu sonho. Eu não guardei meus poemas a sete chaves, então prossigo na expectativa que algo possa acontecer.”

Confira uma de suas poesias: 
































Foto: Julio Sian 

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