Relembre a história de Insector Sun, o super-herói ribeirãopretano
Inspirada nas séries japonesas, produção fez sucesso no início dos anos 2000; confira o vídeo!

Relembre a história de Insector Sun, o super-herói ribeirãopretano

"Insector Sun: o guardião da Terra" é considerado o primeiro tokusatsu brasileiro

Se você está preocupado com a insegurança e busca por um salvador da pátria, não tema. Existe um brasileiro que luta pela Justiça e contra o mal e ele pode derrotar qualquer ameaça. A menos, é claro, que essa ameaça seja de alienígenas que só existem nas histórias do Insector Sun, o super-herói ribeirãopretano.

Para quem não se lembra, no início dos anos 2000, a web série “Insector Sun: o guardião da Terra” era produzida em Ribeirão Preto, ou melhor, Ribeirão City, como era chamada na produção.

Aos moldes dos famosos tokusatsus – séries de super heróis japoneses como Jaspion, Ultraman e Kamen Raider, por exemplo  –, a história do herói começou a ser pensada em 1999, ainda nas páginas das histórias em quadrinhos amadoras, os fanzines. O ano da criação do Insector Sun não foi por acaso. Em 10 de maio de 1999, era extinta a TV Manchete. A emissora ficou conhecida por introduzir os seriados e animações japonesas na cultura brasileira.Christian Silva, ou melhor Kri Lee, o Insector Sun

“Viemos no vácuo da TV Manchete, com a falta de tokusatsus, e decidimos criar nossas próprias histórias. De forma bem amadora, só para nos divertir”, conta Christiano Silva, criador do Insector Sun. Atualmente, a web série é considerada por muitos como o primeiro tokusatsu brasileiro.

Christiano Silva é quem dá vida ao personagem, escreve os roteiros, divulga e cria os figurinos. Professor de kung-fu e web designer, Silva uniu as duas habilidades para criar a web série.

Inspirado pelo herói Kamen Raider, Silva criou sete edições do fanzine com as histórias do Insector Sun. A ideia para trazer o herói das páginas para as telas veio no ano seguinte, em 2000. “No início gravávamos em VHS e distribuíamos para os amigos que faziam cópias e passavam adiante. Era assim a nossa divulgação”, explica o criador.

Como o Youtube só seria criado em 2005, o jeito era divulgar entre amigos e em eventos de cultura japonesa. “Levávamos as fitas em São Paulo e exibíamos nos eventos. A coisa começou a ganhar visibilidade, mesmo, quando saímos na revista Henshin”, conta Silva. A revista Henshin era uma das mais famosas publicações de animes (animações japonesas) e cultura pop da época.

Na época, o Insector Sun apareceu em vários programas das mais variadas emissoras e ganhou status de “trash cult” entre os fãs. Quem conhece ou participou da série de baixo orçamento ostenta certo orgulho ao falar da produção.

Páginas do mangá do Insector Sun

A série

A série narra as aventuras de Kri Lee, o Insector Sun. Tudo começa quando Lee fazia seu treino diário de kung-fu e avista uma nave caindo na região de Ribeirão City. Ao investigar o local, encontra um ancião alienígena chamado Long Shin, que o alerta para uma ameaça maligna: o Impéro Kron, liderado pelo terrível vilão Shaken estava à caminho da Terra. O ancião, já sem forças, entrega a Lee um cinturão com os poderes do Insector Sun para que ele proteja a Terra da ameaça vinda do espaço.

Com 12 episódios, gravados entre 2000 e 2007, a web série sofreu com problemas de orçamento, mas nunca com falta de vontade daqueles que participavam. O criador do seriado explica que era ele quem criava os figurinos e, por conta das acrobacias e quedas, quando um monstro morria na trama, sua fantasia não era mais usada em razão do desgaste. “O monstro morria, literalmente”, brinca Silva.

Contudo, o caráter amador ajudou o Insector Sun em um ponto: a duração dos episódios. Tradicionalmente, os tokusatsus têm episódios de 20 minutos, assim como os animes. Como a série ribeirãopretana não passava em nenhum canal e não dependia da grade de horário da programação televisiva, alguns episódios tinham mais de meia hora. O último episódio da primeira temporada tem 59 minutos de duração.

Uma segunda temporada chegou a ser produzida em 2014 e, até o momento, foram feitos quatro episódios. Silva acredita que ficará por isso mesmo. "Queremos sair um pouco do amadorismo, dar um salto de qualidade no Insector Sun. Procuramos patrocinadores para fazer algo melhor, mas é muito difícil encontrar este tipo de patrocínio", conclui.

Todos os episódios e participações em programas de TV estão disponíveis no canal do Youtube, Kri Produções Entretenimento. Mais informações, na página oficial do Insector Sun no Facebook.


Sob supervisão de Marina Aranha.


Foto: Arquivo pessoal

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