Ribeirãopretano é primeiro brasileiro a faturar prêmio de cinema mundial
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Lourenço Sant’Anna é produtor do longa Bruxa, premiado duas vezes nos prêmios Independent Spirit Awards

Como o próprio Lourenço Sant’Anna comenta, “este ano não poderia ter começado melhor”. Não é para menos: o produtor executivo iniciou 2017 partilhando grandes conquistas: os longas Patti Cake$ e Call me by your name concorreram no Festival de Sundance, e o longa A Bruxa conquistou dois prêmios no Independent Spirit Awards — melhor roteiro de estreia e melhor filme de estreia para Robert Eggers, roteirista e diretor, para a  RT Features, produtora para a qual Lourenço trabalha, e para Rodrigo Teixeira, produtor do filme. É a primeira vez na história que um brasileiro ganha esse prêmio.

Com uma predileção pelo teatro quando jovem, Lourenço nem sabe ao certo o que o levou a optar pela sétima arte — oficialmente, sua vida tendeu nessa direção quando começou a cursar Cinema, na Universidade Federal de Santa Catarina, em 2006, apesar de, antes disso, já ter feito curtas amadores com amigos, ainda em Ribeirão Preto. Uma atividade que abriu muitas portas para o produtor foi o curso de Cinema que fez na New York University, em 2008.

Até chegar às conquistas de 2017, Lourenço passou por várias experiências: um dos projetos pelos quais sente muito carinho é o curta Poliedro, dirigido por Felipe Moraes, feito ainda na Universidade, filme que participou de alguns festivais e contribuiu para a sua formação. “Frances Ha, dirigido por Noah Baumbach; O amor é estranho, dirigido por Ira Sachs, e A Bruxa, dirigido por Robert Eggers, foram filmes muito importantes na minha carreira. Amor, plástico e barulho, com direção de Renata Pinheiro, também é um filme que valorizo muito, acho lindo. No entanto, penso que o melhor projeto é o próximo. É preciso olhar para os erros e acertos do passado e tentar melhorar”, ressalta o produtor.

Segundo Lourenço, a conquista dos prêmios foi fundamental pelo reconhecimento do trabalho realizado, por abrir novas portas, por se tratar de um prêmio do mercado norte-americano, considerado o Oscar do cinema independente, e por chamar mais atenção para o cinema e para os produtores brasileiros. “Foi muito bacana ver um projeto como A Bruxa ganhar — um filme de terror, gênero que, geralmente, não é premiado nessas cerimônias, sem atores reconhecidos, falando um inglês do século XVII. Mostra que vale a pena se arriscar em projetos mais ousados”, analisa o produtor executivo, que já está desenvolvendo novos trabalhos, como o filme Ad Astra, do diretor James Gray, com Brad Pitt no elenco, que deve ser rodado ainda este ano.

Apesar do ano estar apenas começando, a RT Features promete novidades: o filme A Ciambra, de Jonas Carpignano, está em fase de finalização, com o qual tentará concorrer em festivais do porte de Cannes e de Veneza.


Foto: Divulgação

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