Teatro: ‘Somos todos Galileu’, diz atriz Denise Fraga

Teatro: ‘Somos todos Galileu’, diz atriz Denise Fraga

Em Ribeirão Preto com a peça Galileu Galilei, atriz conta da ‘ideia maluca’ que a levou a interpretar cientista perseguido pela igreja

A atriz Denise Fraga se contorce toda na cadeira ao contar do resultado satisfatório alcançado com a peça Galileu Galilei, em que ela vive o cientista italiano, perseguido pela igreja por defender a tese de Nicolau Copérnico de que a terra girava em torno do sol e  não era o centro do universo.

A felicidade em interpretar o “A vida de Galileu”, escrita pelo dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898 – 1956), é perceptível na fala da atriz, que está em Ribeirão Preto para apresentar, no Theatro Pedro II, o espetáculo Galileu Galilei. A peça fica em cartaz em dois dias, nessa sexta-feira, 6, e sábado, 7.

“Essa ideia meio maluca de eu querer interpretar o Galileu surgiu porque eu queria muito falar esse texto, por achar que somos todos Galileus. A peça nos faz entender que muitos de nós negamos verdades pra não ir pra fogueira. Então, pra manter um emprego, ficar bem com o seu chefe, com sua sogra, várias são as nossas fogueiras cotidianas e em nome delas a gente se acostuma a negar coisas que pra gente são verdades, e óbvias, e fazemos cara de paisagem diante de muitos absurdos porque o que vale é o que vai dar dinheiro”, explica a atriz.

Galileu Galilei foi perseguido pela igreja e obrigado a negar publicamente as suas ideias, que na época, eram contrárias ao dogma da Igreja.

A peça recebe o mesmo nome da montagem feita no final da década de 1960 pelo diretor, ator e dramaturgo, Zé Celso, para o texto “A vida de Galileu”, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Contudo, a peça, segundo Denise Fraga, não sofreu influência da primeira adaptação. “Em 1968 ela foi usada para um propósito muito nítido, muito claro, hoje eu acho que as nossas ditaduras estão aí, mais difusas e ocultas”, destaca.

Há um ano em cartaz e lotando teatros pelo Brasil, a peça conta com elenco de dez intérpretes – entre atores e atrizes – sob a direção de Cibele Forjaz e trilha sonora – executada ao vivo – composta por Théo Werneck.

“É uma peça que chama pra reflexão, mas, a Cibele fez um espetáculo tão lindo, vibrante e chamativo. O caminho que o Brecht indica, pela reflexão é de uma clareza tão grande que eu acho que acontece nessa peça, que o teatro proporciona que é dar palavras ao que eu sinto e não sei dizer”, conclui.

Serviço
Data: 6 e 7 de maio        
Horário: 21 horas            
Local: Theatro Pedro II
Classificação: 12 anos

Ingressos
Plateia, frisa e balcão nobre: R$ 50 inteira - R$ 25 meia
Balcão simples e galeria: R$ 30 inteira - R$ 15 meia

Foto: Divulgação

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