USP Filarmônica apresenta a estreia mundial da ópera “O Jovem Rei”

USP Filarmônica apresenta a estreia mundial da ópera “O Jovem Rei”

As récitas da ópera são gratuitas e serão no Teatro do Campus, com ensaio geral nos dias 18, às 19h, 20, 22 e 25 de junho, às 20h

Como é estranho estar aqui”, pensou o Jovem Rei, cuja mente estava em conflito ao descobrir o luxo e a responsabilidade de sua nova posição. A história fascinante de Oscar Wilde em O Jovem Rei nos transporta para o dilema de um jovem príncipe, mas também nos faz refletir sobre a essência da liderança e a complexidade dos desejos humanos.
 

Este conto, rico em simbolismo e drama, serve como a inspiração perfeita para uma nova obra artística que promete encantar e desafiar o público, a ópera O Jovem Rei, idealizada e composta pelo maestro e professor Lucas Eduardo da Silva Galon, do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
 

A estreia será na quinta-feira, 20 de junho, às 20h, no Teatro do Campus da USP em Ribeirão Preto. A apresentação é gratuita e os convites podem ser retirados nos dia 17 e 18 de junho, entre 14h e 18h, ou até se esgotarem, no Centro Cultural Palace, localizado na Rua Álvares Cabral, 322, centro.

 

Montagem inédita
 

Segundo o professor do Departamento de Música e maestro Rubens Russomano Ricciardi, O Jovem Rei é a primeira ópera produzida integralmente na USP – tanto na sua composição como na sua performance – e o Teatro do Campus em Ribeirão Preto, após reforma concluída em março último, passou a ser o primeiro teatro com fosso de orquestra para ópera e balés sinfônicos de toda a USP. 
 

A ópera tem duração de 1 hora e 20 minutos, dividida em dois atos de 40 minutos cada. No primeiro ato, a narrativa se concentra na história do jovem rei, explorando o período que antecede sua coroação. O segundo ato aborda os desdobramentos de sua emancipação, quando o jovem rei, rejeitando o trono, opta por se vestir como mendigo. A trama traz à tona importantes questões sociais, como a luta de classes, destacando o conflito entre os sentimentos pessoais conscientes e as responsabilidades impostas pela realeza.
 

Na obra estão envolvidas cerca de 100 artistas no palco, cantores, atores, músicos instrumentistas e solistas, entre eles Clóvis Português, que interpreta o personagem-título, Kismara Pezzati, Alexandre Mazzer, Maria Yuka de Almeida Prado e Tomas Callas. “Esses professores e jovens talentos estão, na verdade, participando para inspirar de fato nossos estudantes, já que eles têm mais experiência”, diz Galon.
 

A produção da ópera conta com José Maurício Cagno, na direção cênica, e Gerson Watanuki, na elaboração de figurinos, ambos parceiros de longa data do maestro, que exalta a possibilidade de transformar o conto em uma obra multifacetada, “que tem diálogos, partes cantadas e partes faladas”.
 

A ópera O Jovem Rei, na sua estreia mundial, é uma parceria da USP Filarmônica com a Academia Livre de Música e Artes (Alma) e o Departamento de Música da FFCLRP, com participação especial do Estúdio de Ópera da Companhia Minaz.
 

Inspiração

Galon conta que começou a trabalhar com a ópera há dois anos e o texto de Oscar Wilde sempre o perturbou por várias razões, fazendo-o refletir sobre a própria natureza da arte, o que levou à adaptação para a ópera. “O conto O Jovem Rei aborda a história de um jovem que, criado em um ambiente humilde, é inesperadamente elevado à posição de rei e passa por dificuldades com as rígidas regras da corte.”
 

O professor compositor, que também atua como maestro da USP Filarmônica neste projeto operístico, destaca as várias possibilidades dramáticas do texto, que, embora seja “um conto de emancipação, com elementos infantis”, contém “significados e complexidades simbólicas que poderiam ajudar, em termos de fazer uma música interessante e transformá-la em ópera”.
 

O libreto, enredo da ópera, contou com a colaboração (versão inglesa) do pós-doutor pela FFCLRP, Paulo Eduardo de Barros Veiga, também integrante do grupo de pesquisa Poíesis Crítica, liderado por Ricciardi.
 

A ópera tem apoio do Ministério da Cultura e do Departamento de Música da FFCLRP – uma produção da própria USP Filarmônica em conjunto com a Alma, captadora de recursos do Programa de Ação Cultural (ProAC) e da Lei Rouanet.
 

Lucas Galon
 

Lucas Galon é graduado em Música pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano, onde fez mestrado e doutorado. Atualmente é professor do Departamento de Música da FFCLRP.
 

Compositor, multi-instrumentista, maestro e escritor/pesquisador, realizou pós-doutorado pela FFCLRP-USP (2019). É diretor artístico (cargo honorário) da Academia Livre de Música e Artes (Alma). É diretor artístico do Festival Música Nova e um dos coordenadores artísticos do Festival Fiato al Brasile, que ocorre na Itália, Brasil e Finlândia.
 

Tem livro e HQs publicados, já atuou como diretor musical e maestro convidado em diversas oportunidades. Como compositor, suas obras musicais e arranjos têm sido apresentados no Brasil, na Itália, Suíça e Estados Unidos.
 

Em 2018 estreou duas de suas obras na Miami University, em Oxford (OH) nos EUA, atuando como maestro convidado da Morpheus Chamber Ensemble e como professor e compositor residente.  Tem participado ativamente na construção de uma nova epistemologia para o estudo das artes, a Poíesis Crítica.
 

Serviço 

Récitas da ópera O Jovem Rei
– Ensaio aberto: 18 de junho (terça-feira), às 19h
Local: Teatro do Campus de Ribeirão Preto da USP

– 1ª récita e estreia mundial: 20 de junho (quinta-feira), às 20h
Local: Teatro do Campus de Ribeirão Preto da USP

– 2ª récita: 22 de junho  (sábado), às 20h
Local: Teatro do Campus de Ribeirão Preto da USP

– 3ª récita: 25 de junho (terça-feira), às 20h
Local: Teatro do Campus de Ribeirão Preto da USP

– 4ª apresentação na forma de concerto: 26 de junho (quarta-feira), às 20h
Local: Teatro Municipal de São Carlos


Foto: André Estevam/FFCLRP

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