Velho não: "vintage"

Velho não: "vintage"

Banda Aldeia Elétrica traz a sonoridade do Rock Clássico com uma linguagem contemporânea

*Matéria publicada na edição 1090 da revista Revide.

Uma das principais características do Rock é sua capacidade de se reinventar. Mesclar estilos e continuar atual é o que torna esse gênero tão popular, desde a sua criação no final dos anos 1940. Essa essência está viva na banda Aldeia Elétrica, de Ribeirão Preto. Criado em 2019, o grupo traz uma proposta de “Brazilian New Vintage Rock”.

O conceito resgata o Rock Clássico, dos anos 1960 e 1970, de bandas como Pink Floyd, Dire Straits e Eric Clapton. Porém, com uma abordagem contemporânea. “É uma renovação do Rock. Trazemos texturas e sons antigos, mas com uma maneira de se comunicar do mundo moderno. Temos letras muito diretas e objetivas, sem rodeios. Além de uma forte presença digital”, explica Gui Machado, guitarrista e vocalista da banda. 

A Aldeia Elétrica utiliza poucos recursos como pedais e distorções elétricas, que trazem efeitos “modernos” à sonoridade dos instrumentos. “Nosso som é muito ‘cru’. É tudo natural, com o mínimo de tratamento possível. Tudo isso para manter aquela sonoridade do Rock Clássico”, acrescenta. A banda começou pouco antes do início da pandemia. Sem a possibilidade de apresentações ao vivo, os membros se voltaram para o estúdio e as redes sociais.

Linguagem contemporânea 

No estúdio, a banda gravou o álbum “Briaen's Dream - A Human History”, uma Opera Rock* com oito faixas divididas em quatro atos. Além de Machado, participaram da composição o baterista Sudu Lisi, e o baixista e produtor Pedro Sossego.

O álbum conta a história de Briaen, uma pessoa não-binária que luta pela auto aceitação e contra os preconceitos da sociedade. "Trata-se de uma narrativa hipotética de superação que serve para qualquer pessoa. As letras relatam uma jornada de auto conhecimento que não descreve fatos, mas o sentimento do protagonista, sua visão e significação do processo, por isso é universal", explica Machado.

A banda acredita que essa abordagem possa auxiliar a sociedade no entendimento das questões de gênero. “Nós apresentamos o tema sem dar uma opinião. Contamos uma história de superação do personagem e as pessoas podem tirar suas próprias conclusões”, declara. No momento, a Aldeia Elétrica está produzindo seu segundo álbum que virá em formato de singles e com nova formação.

Opera Rock

O termo remete a um estilo de obra que pensa o álbum como uma histórica única, não apenas músicas separadas. Esse tipo de composição, geralmente, conta uma única história dividida em atos. Bandas como Pink Floyd, The Who e Yes são grandes expoentes desse estilo.

Para saber mais, acompanhe: @aldeiaeletrica. 


Fotos: Divulgação

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