6 lendas urbanas de Ribeirão Preto e região
Cemitérios desativados em Ribeirão, as Sete Catacumbas de Jaboticabal e o Hospício de Brodowski. Tem coragem de ler o resto?

6 lendas urbanas de Ribeirão Preto e região

Portal Revide selecionou as mais assustadoras lendas urbanas da região para este Dia das Bruxas

O Halloween, ou o Dia das Bruxas, neste 31 de outubro, é uma data cercada por lendas e superstições. A celebração tem origem entre 600 e 800 antes de Cristo nas ilhas  da Grã-Bretanha. A data tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que cultuava os mortos e a deusa YuuByeol (símbolo antigo da perfeição celta). A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) uniu a cultura latina com a celta, sendo que esta última minguou com o tempo. Com a crescente evangelização destes povos e também do restante da Europa, as festividades e divindades pagãs foram vistas cada vez mais como "bruxaria" e "magia negra", do que uma simples comemoração. 

Porém, a data segue viva e cheia de superstições em pleno século XXI e do outro lado do Atlântico. Pensando nisso, o Portal Revide separou seis lendas urbanas de Ribeirão Preto e região para este dia. Confira:

1. Gruta do Itambé, Altinópolis."João de Tal Milagreiro"
No início do século XX, quando o município de Altinópolis ainda era conhecido como povoado de Nossa Senhora da Piedade, uma história de amor e vingança mudou para sempre um dos mais famosos pontos turísticos da cidade. Naquela época, as terras no entorno da Gruta do Itambé eram de propriedade de um grande barão do café, conhecido como Turco. O fazendeiro tinha, entre os seus empregados, "um tal de João", como era conhecido o filho de escravos. João exercia várias funções na fazenda, desde jagunço até lavrador. Porém, Nájila, a filha mais velha do Turco, se apaixonou por João. Temendo ver sua filha se relacionar com um negro, o fazendeiro tentou de todas as formas separar o casal, mas nenhuma surtiu efeito.

Vendo que seria inevitável o romance entre o funcionário e a filha, Turco ordenou que seus capangas dessem um fim em João. Mesmo ferido após o ataque, João conseguiu fugir da fazenda e se escondeu por dias na Gruta do Itambé. Alguns meninos que pescavam na região que avisaram o fazendeiro de que viram um homem barbudo vivendo no interior da Gruta. Turco montou um cerco no local, com mais de trinta homens. João, que fugira armado, conseguiu matar alguns homens do fazendeiro, mas acabou morrendo no local. Seu corpo foi esquartejado e lançado em um rio da região. Dias depois, partes do seu corpo foram encontradas e enterradas por empregados da fazenda em um antigo cemitério de escravos próximo à Cachoeira do Esmeril.

Anos mais tarde, supersticiosos resolveram desenterrar os restos de João e levá-lo para o cemitério de Altinópolis, onde seu túmulo pode ser visitado até hoje. Atualmente, João de Tal é considerado por muitos como um milagreiro. Após o ocorrido, religiosos construíram um altar dentro da Gruta na intenção de purificar e lavar o sangue derramado naquele local, que até hoje possui diversas ouras lendas de local mal-assombrado. 
Fazendeiros e moradores locais após a construção do altar na gruta. Foto: Blog Altinópolis, nossa terra.

2. Cemitério Bento Quirino, São Simão. As almas na ferrovia
Entre 1850 e 1902, a cidade de São Simão passou por um dos momentos mais dolorosos de sua história: a epidemia de febre amarela. Na época, a população urbana simonense era composta por 4 mil pessoas. Cerca de 800 morreram e 700 fugiram da cidade e foram mal recebidas pelo medo do contágio. Em maio de 1889, a população simonense caiu para 2,5 mil. As ruas ficaram vazias e os inspetores sanitários aconselharam que ninguém voltasse à cidade por algum tempo, e as pessoas alojaram-se nas vilas vizinhas a São Simão, que ficara deserta. Um médico famoso da cidade, que também foi vereador, Dr.João Fairbanks, solicitou a construção de um cemitério fora da cidade, construído cerca de 500 metros longe da ferrovia Bento Quirino. O número altíssimo de mortes nesse curto espaço de tempo fez surgir diversas lendas no local. Muitos moradores de São Simão já afirmaram ver as almas dos febrosos saírem do cemitério e vagarem pela linha do trem. 
Cemitério Bento Quirino, São Simão

3. Cemitérios desativados do Centro, Ribeirão Preto.
Nem todos sabem, mas o Cemitério da Saudade, construído em 1893, é o mais antigo cemitério em atividade da cidade, porém, é o quarto cemitério na história de Ribeirão Preto. Segundo relatos, o primeiro cemitério ocupava, possivelmente, o local onde hoje encontra-se o monumento ao Soldado Constitucionalista na Praça XV de Novembro, não sendo conhecida até o presente momento, a data inicial do seu funcionamento. O pesquisador José Pedro Miranda cita na sua obra relatos de que foram encontrados ossos humanos neste local por ocasião da reforma da Praça XV em 1938. Por volta de 1878, foi criado o segundo cemitério, localizado nas imediações das atuais ruas Lafaiete, Tibiriçá e Florêncio de Abreu. O terceiro cemitério foi criado próximo à atual praça Sete de Setembro, nas imediações das ruas Sete de Setembro, Lafaiete, Florêncio de Abreu e Avenida Independência - este último funcionou, possivelmente, entre 1887 e 1892. Por isso, muitos ribeirãopretanos alegam ter visto almas penadas vagando pelo centro da cidade. 
Monumento ao Soldado Constitucionalista, local do antigo cemitério da Praça XV. Foto: Julio Sian

4. Fantasma do Palace, Ribeirão Preto
Pouco se sabe sobre essa história, mas muitos moradores de Ribeirão  acreditam que no último andar do Centro Cultural Palace vivia um homem anão que nunca saía do local. Há poucos indícios de que essa história seja real, mas o Palace guarda ainda o conto deste fantasma.
Centro Cultural Palace, no centro de Ribeirão. Foto: Guilherme Dala Barba

5. Sete Catacumbas, Jaboticabal
Esta história também tem início com a epidemia de Febre Amarela no final do século XIX no interior paulista. Diz a lenda que, no ápice do surto, a população de Jaboticabal e das vilas da região, temendo que a doença se espalhasse ainda mais, queimavam os corpos e, muitas vezes, enterravam os enfermos vivos. As Sete Catacumbas estão onde hoje é o cemitério São Bom Jesus dos Lazarentos e recebem esse nome por conta de sete espanhóis que foram enterrados lá acometidos pela febre. Não se sabe ao certo se os espanhóis foram enterrados vivos, mas muitas pessoas que passam pelo local afirmam sentir um mal estar terrível, ver luzes e sentir cheiro de carne queimada. A história das Sete Catacumbas de Jaboticabal já foi alvo de uma matéria feita pela tv espanhola.

6. Hospício de Brodowski
O antigo hospício de Brodowski, que já foi demolido após ficar décadas inativo, é até hoje alvo de diversas histórias. Após a sua desativação, o local recebia vários curiosos que procuravam pelas almas penadas. Relatos de doentes que morreram ao receber tratamentos desumanos e suicídios são frequentes no imaginário popular.
Hospício de Brodowski. Foto: Daniel Perini


Fotos: Maggioni Photo

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