Ainda é cedo para reescrever os livros sobre dinossauros, dizem pesquisadores
Os paleontólogos rebatem a nova proposta de história apresentada por especialistas da Universidade de Cambridge (Reino Unido)

Ainda é cedo para reescrever os livros sobre dinossauros, dizem pesquisadores

Consórcio de paleontólogos liderado por especialista radicado em Ribeirão Preto pede cautela com a recente proposta de reorganizar a ordem evolutiva dos dinossauros

O consórcio internacional de paleontólogos, formado por especialistas do Brasil, Alemanha, Argentina, Espanha e Reino Unido e liderados por Max Langer, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, pede cautela em relação à recente proposta de reorganizar radicalmente a árvore evolutiva dos dinossauros.

Os paleontólogos rebatem a proposta apresentada em março deste ano por Matthew Baron e colegas da Universidade de Cambridge (Reino Unido), que propuseram uma revisão fundamental do atual entendimento das relações dos principais grupos de dinossauros.

Segundo Langer, uma das primeiras coisas que qualquer pessoa interessada em Paleontologia aprende é que os dinossauros se dividem em dois grupos. Baron e os colegas de Cambridge, diz Langer, propuseram um arranjo bem diferente. “A proposta parecia bem embasada, uma vez que os autores identificaram quase vinte características compartilhadas unicamente pelas espécies indicando que eles eram proximamente relacionados”.

Entretanto, o grupo internacional de especialistas na origem e irradiação dos dinossauros, liderado por Langer, revisou os dados que davam suporte à hipótese de Baron e colegas e concluíram que ainda é cedo para reescrever os livros sobre dinossauros. “Nessa reavaliação, encontramos um conjunto maior de evidências, favorecendo o modelo tradicional de classificação dos dinossauros. Também notamos que o modelo proposto pelo grupo de Cambridge não é muito menos provável”, diz o especialista. 

O paleontólogo da USP em Ribeirão Preto diz que Baron e colegas sugeriram, com base em seus novos dados, que os dinossauros teriam se originado no hemisfério norte, mas com base na evidência disponível, a reanálise confirma “a ideia tradicional de que os dinossauros surgiram na porção sul do supercontinente Pangéa, possivelmente onde hoje é a América do Sul”, complementa Langer.

 

 

 


Foto: Divulgação

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