Casais provam que a distância não impede o amor

Casais provam que a distância não impede o amor

Conheça histórias de relacionamentos com estrangeiros que deram certo; A comunicação é fundamental no sucesso desses compromissos

Casais provam que qualquer distância é pouca quando o amor é forte. Mulheres de Ribeirão Preto e região foram pegas pela flecha da paixão e hoje são felizes, junto ao seu par estrangeiro. Algumas passaram meses sem encontrar o seu parceiro, mas com o advento das tecnologias, o processo tem se tornado mais viável.

“Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim. Que nada nesse mundo levará você de mim. Eu sei e você sabe que a distância não existe. Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer, pois todos os caminhos me encaminham para você. Eu não existo sem você”. Foi com estes versos que Tom Jobim e Vinicius de Moraes já exprimiam o amor internacional.

Um intercâmbio resultante em casamento, esse é o resumo da história do casal Marina Rezende e Agustin Giorgetti. Março de 2014 é um mês que ficará para sempre na mente da mulher, que naquela época decidiu fazer uma viagem de 30 dias em Londres. “Ficamos hospedados na mesma residência compartilhada e foi lá que a história começou. Conheci ele logo no início da ocasião, mas já sabíamos que seria muito difícil um relacionamento a distância. É preciso entender as diferenças”, conta Marina.

Ela conta que a principal mudança é a cultural. “Isso deve ser usado como algo positivo em que você tem a oportunidade de aprender coisas e também ensinar. Deve-se ressaltar que não existe segredo para os relacionamentos darem certo, independente da nacionalidade", destaca Marina.

Depois de um ano e quatro meses e apenas duas vezes juntos, o argentino de nacionalidade italiana decidiu se mudar para o Brasil. "No começo era difícil a adaptação aqui, mas em algo assim devemos saber que um dos dois terá de abrir mão de sua vida anterior. Nos casamos em agosto de 2015”, conta.

O inverso das histórias

“Pele bronzeada, mulher brasileira a coisa mais linda. Chamada de avião corpo de violão a maior obra prima. Em todos os cantos do universo se vê várias delas brilharem. Fruto do pecado que o homem sempre quer desfrutar. A coisa mais linda que nasceu para o nosso bem”. Estes são os versos de uma canção de Ivete Sangalo. O jovem francês Alexis Bab’s fala que foi sua namorada Isabela Faria quem mudou todos seus pensamentos sobre o Brasil.

O diferencial desta história é que quem participou de um intercâmbio foi o francês. “Nos conhecemos no Brasil. Ele ficou aqui por um ano, porém o conheci nos três últimos meses de sua passagem por estas terras. Apenas na última semana ficamos realmente juntos. Para nós esse relacionamento à distância é só um começo da nossa história, já que temos planejado viagens juntos. O Alexis deve vir trabalhar aqui por uma temporada e eu penso em fazer intercâmbio na França. O melhor está por vir!”, comemora.

De acordo com o francês, a princípio não existiam planos de levar este relacionamento adiante. “O que nos fez mudar de ideia foi a famosa última semana de contato, aquilo nos fez pensar um no outro por dias e dias. Estávamos longe e a saudade era enorme. Os brasileiros têm o contato bem mais fácil que os franceses e se relacionam mais rápido do que a gente. Quando parti, após poucas semanas resolvemos conversar e decidimos então ficar juntos”.

A modelo, por sua vez, comenta que para os europeus decidir ter uma união já torna a relação séria. “No entanto, para as brasileiras, falta aquele pedido especial, não é mesmo? Foi difícil para ambos aprendermos um sobre o outro com toda essa distância, principalmente sobre a cultura que nos difere muito. O que tem nos ajudado diariamente são as redes de relacionamento que temos em nosso alcance. Conversamos sempre via internet e assim levamos esse amor tão promissor”.

Exagero cultural

“A cultura é o reflexo de respeito entre as pessoas. Entretanto, as diferenças não podem ser esquecidas e merecem um pouco de atenção. As dificuldades impostas pela família e amigos não devem ser uma barreira para o amor. A saudade serve para me dar a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos” – William Shakespeare.

Sevilha é uma das mais românticas cidades do mundo, por isso não é surpresa saber que há uma riqueza de histórias de amor à espera de serem contadas em cada canto do lugar. Estes contos são reflexos até mesmo em Ribeirão Preto, 8 milhões de metros de distância. A ribeirãopretana Jéssica Mugnato e seu namorado Pablo Moreno se conheceram em uma rua de barzinhos na cidade e começaram a namorar logo em seguida.

Jéssica diz que no começo a maior complicação foi o idioma. “Quando fui para a Espanha, minha fluência na língua era intermediária, então foi difícil me comunicar perfeitamente, mas foi muito bom porque o aprendi da melhor maneira possível. Eu aprendi a brigar de outro jeito, por exemplo, e está tão comum, que hoje em dia se me estresso já penso em espanhol, é engraçado, mas nossa cabeça muda”. 

Sem se ver por oito meses, a recém-formada em Relações públicas acha que as maiores diferenças no relacionamento são que lá as pessoas tendem a ser mais abertas e tranquilas e no Brasil os cidadãos são mais possessivos e ciumentos. “Os casais na Europa são mais independentes, enquanto aqui parece que é bonito você ser carne e unha. Claro que existem exceções”.

Por fim a garota diz que o rapaz veio para o Brasil apenas uma vez, e achou tudo muito exagerado. “Essa coisa de mulher ficar pintando unha toda semana, música ao vivo em todos os bares que íamos, além de uma hierarquia muito dominante. Ele não gostou, por exemplo, da maneira com que as pessoas tratam os garçons. Outro momentos que o chocaram foram a quantidade de pedágios nas estradas e ao descobrir que em micaretas e festas universitárias, o pessoal beija diversas pessoas no mesmo dia. Isto para ele foi um absurdo. Independente das diferenças tenho certeza que nosso amor vai longe”.

Coincidência ou destino?

Juntos há pouco mais de seis anos, a história da jornalista Mariana Neves Macedo e do arquiteto Alvaro Prieto Daniel parece ser bem mais do que o destino. O casal, extremamente parecidos segundo amigos, se conheceram em Madri no ano de 2009. O que chama a atenção é que os dois fazem aniversário no mesmo dia, 26 de agosto.  

Mariana ressalta que uma das coisas pelas quais o seu relacionamento tem dado certo, diferente dos anteriores, é que com o europeu a jovem se sente mais respeitada. “Eu descobri que com um estrangeiro estes ciúmes excessivos que vejo no Brasil não têm vez. A confiança é total e o respeito foi consequência. Nunca deixei de sair com amigos ou fazer uma viagem porque estava namorando e vice versa. Se não podíamos estar juntos, incentivamos ao outro algo, desde que se respeitasse o parceiro”.

A jornalista ainda lembra que no começo era estranho o excesso de segurança e o pouco ciúmes de Alvaro. “Discutíamos por este motivo, não era fácil. Com o tempo percebi que sem ciúmes o relacionamento é muito mais saudável e prazeroso. Desta maneira sempre agregamos valor um ao outro ao invés de nos aprisionar. Depois de três anos de idas e vindas para se ver, neste dia 5 de abril me mudo definitivamente para a Espanha”, comenta.



Distância continental

Semelhante àss histórias já contadas, neste caso o assunto é um pouco diferente. O casal é inteiro brasileiro. O responsável pela distância foi o intercâmbio, por tornar perto o que era longe. A psicóloga Raíssa Moraes e o estudante Paulo Castagnari se conheceram em 2011, mas foi em 2013, depois de muita conversa, em uma passagem em São Carlos que tudo mudou.

Aproximadamente um ano após o início do namoro Paulo viajou e ficou em Lille na França por um ano, tempo mais que suficiente de testes ao amor. A jovem enaltece que durante sua estadia na Europa, toda a comunicação foi pela internet. “Ligações seriam caríssimas e meu plano de celular não permitia SMS internacional. Penso que esse tipo de relacionamento exige muita maturidade e certeza do que você quer. Ele estava a um oceano de distância. Tivemos que ter certeza do que queríamos. Nossa motivação era o futuro que poderíamos ter juntos e que aquele intercâmbio sem dúvida poderia trazer muitos frutos para a carreira dele”.

“Posso falar pelos dois, que a solidão bate. Já até dormimos com a vídeo conferência ligada e abraçando o travesseiro. Como dizemos sempre 'depois dessa, nada nos derruba'. Sentimentos como insegurança também batem alguma vezes. Ele estava na Europa, sabe? E para isso, o que nos ajudou muito e que eu acho que foi essencial para nos mantermos juntos foi a conversa. Com o diálogo conseguimos nos sentir seguros. Tivemos um esforço conjunto e eu fui visitá-lo nas minhas férias de julho. Passamos por Lille, Paris e Londres. A França era o meu sonho de viagem, e ao lado dele, foi perfeito. Isso também nos deu muita força pra aguentar. O melhor momento do ano de 2014 foi nosso abraço de reencontro no aeroporto assim que cheguei. Depois disso, foram 40 dias juntos em que tivemos certeza que toda a espera valeu e ainda valeria a pena”, finaliza Raíssa.

Fotos: Acervo Pessoal

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