Pesquisador da USP-RP reconstitui cérebro de dinossauros com 170 milhões de anos
Saturnalia tupiniquim foi um dos maiores predadores de onde hoje é a região Sul do Brasil e Argentina

Pesquisador da USP-RP reconstitui cérebro de dinossauros com 170 milhões de anos

Achados foram publicados na Revista Scientific Reports, do Reino Unido, junto com pesquisadores da Alemanha e da UFMG

Mais um passo para se entender o comportamento dos dinossauros foi dado nesta quarta-feira, 20, com a publicação da reconstrução do cérebro de um dos maiores predadores que o continente americano já viu, o Saturnalia tupiniquim, um dinossauro que viveu há aproximadamente 170 milhões de anos.

O estudo, publicado pela revista britânica Scientific Reports, contou com a colaboração de pesquisadores do Brasil e da Alemanha. O Saturnalia tupiniquim foi descoberto em 1997 pelo grupo do professor Max Langer, da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

Com os dados da reconstrução, os pesquisadores puderam entender mais detalhes sobre o comportamento desses animais. “A reconstituição do cérebro deste animal indica que ele conseguia realizar movimentos muito rápidos. E isso mostra como era o comportamento dele, já que apresentava uma agilidade, o que é diferente do que possivelmente era apresentado por outros predadores de grande porte”, explica Langer.
 



O estudo sobre a reconstituição do cérebro do dinossauro é de autoria dos pesquisadores da Ludwig-Maximilians-Universitat, da Alemanha, Mario Bronzati e Oliver W. M. Rauhut, e os pesquisadores brasileiros Jonathas S. Bittencourt, da Universidade Federal de Minas Gerais, além de Langer, da USP.

Segundo os pesquisadores, essa é a primeira vez que partes do cérebro de um dinossauro tão antigo foram reconstruídas. A reconstituição do cérebro desse dinossauro se deu com equipamento de microtomografia computadorizada, como os usados em hospitais. O cérebro pode ser reconstruído a partir do crânio do animal.

O Saturnalia pertence à linhagem de dinossauros conhecida como Sauropodomorpha, que inclui os maiores animais terrestres que já habitaram o planeta, os saurópodos, que podiam alcançar até 40 metros de comprimento e pesar até 90 toneladas. Os fósseis provêm de rochas do Triássico Superior, 230 milhões de anos atrás e são conhecidos no Sul do Brasil e da Argentina.


Imagem: reprodução/Scientific Reports

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