Liderança Feminina: Fátima Aparecida Silva

Liderança Feminina: Fátima Aparecida Silva

“É algo nato, mas que pode ser aperfeiçoado com a comunicação transparente, empatia, criatividade e a habilidade de se ajustar a novos cenários"

Investigadora aposentada, advogada e sindicalista, a presidente do SINPOL (Sindicato dos Policiais Civis de Ribeirão Preto e região), sempre se identificou com a luta pela segurança e pelo cumprimento das leis. “Decidi prestar concursos públicos para a polícia civil para efetivar minha cidadania. Sempre pautei minha atuação na prestação de um bom trabalho, atendendo com dedicação e eficácia, e sinto-me realizada na carreira como investigadora, onde participei de vários trabalhos dos quais me orgulho por terem ajudado pessoas, vítimas de crimes em geral.

 

Considero minha principal conquista profissional. Era uma satisfação esclarecer cada caso e conseguir que os infratores fossem punidos, mas nunca me dei por satisfeita, por isso, fiz Direito. Hoje, aposentada, exerço a função de advogada e de sindicalista, em busca de melhores condições de trabalho e salário para os policiais civis e, consequentemente, de melhoria na qualidade do atendimento prestado à população”, afirma a advogada. 


Especialista em direito de família, Fátima considera a segurança um direito social, e um dever do Estado implementar políticas públicas de segurança que garantam aos cidadãos o direito de ir e vir, de transitar com tranquilidade nos locais públicos e terem assegurada a defesa de sua integridade física e de seu patrimônio. Neste cenário, avalia também os desafios da profissão de policial, entre eles, o principal: o controle da criminalidade e busca pela punição dos infratores. “É um desafio em constante mutação e precisamos estar atentos às novas modalidades criminosas, levando em consideração que o efetivo da polícia civil é limitado e que está encolhendo cada vez mais, é certo de que a sobrecarga aumenta a cada instante e os policiais são submetidos, constantemente, a situações de estresse”, destaca. 


Para Fátima, administrar os conflitos, moderar o estresse nos ambientes, cobrar sem autoritarismo e lutar coletivamente são características de liderança essenciais às mudanças e como inspiração, em termos de liderança feminina, destaca a ministra Carmem Lúcia Antunes Rocha. “Ela é um exemplo por sua cultura, postura e determinação. Desde que ingressou no STF (Supremo Tribunal Federal), sempre agiu de maneira discreta, tranquila, evitando polêmicas e confrontos com os colegas, mas posicionando-se com determinação, elegância, desenvoltura e sabedoria”, enfatiza.


Ter mais mulheres em posições de liderança é um passo decisivo na direção do equilíbrio entre homens e mulheres no mercado de trabalho, na sua opinião. “Promovendo mais igualdade de gênero e a representatividade feminina — uma diversidade que comprovadamente melhora a governança e contribui com a inovação —, construiremos uma nova realidade. Sou a prova, eu mudei a minha. Ingressei em uma carreira predominantemente masculina, onde as mulheres foram, ao longo dos anos, firmando posição e conquistando seu espaço e posso garantir que não é fácil, mas que também é uma enorme conquista. Foi para mim, particularmente, e é para cada mulher policial civil”, finaliza.


Fotos: Lidia Muradás | Produção: Robes Britto

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