Liderança Feminina: Talita Cury

Liderança Feminina: Talita Cury

“Liderança é a arte de motivar, influenciar e gerenciar pessoas a fim de alcançar um resultado desejado.”

A empresária e sucessora do Grupo Santa Clara, Talita Cury, considera primordial a um líder saber ouvir, confiar e dar autonomia. “Hoje a relação líder e liderado mudou drasticamente em comparação ao século passado. Não existe mais quem manda e quem obedece, mas sim relações de ganha-ganha, onde a parceria deve se pautar no respeito e confiança mútua para atingir um mesmo objetivo”, afirma. 


À frente das relações institucionais do grupo e da estruturação da pasta ESG, assim como do planejamento estratégico e da sucessão familiar dos negócios da família, ainda conselheira de administração, Talita também atua no Comitê de Riscos e Comitê de Crédito&Cobrança e nos projetos fundados por ela: “DAMAS DO AGRO”, voltado a integração, valorização e capacitação das colaboradoras das empresas e troca de experiências com outras lideranças do Agro Feminino; e “CRIANÇAS NO AGRO”, que leva conhecimento para os jovens e crianças sobre como funciona a Agricultura Sustentável Moderna.  A empresária ainda foi convidada a integrar o FMA (Forbes MulherAgro), em que foram selecionadas as 40 principais executivas do agro feminino no Brasil, e dá palestras em eventos do segmento.


Entre os desafios da carreira, Talita destaca a dificuldade de conciliar vida profissional e pessoal e de manter a relação familiar saudável, frente aos conflitos de interesses e de entendimento na tomada de decisões nos negócios em comum da família. “Atuar onde há predominância masculina ainda é muito desafiador, é preciso provar a competência e ser resiliente em muitos momentos, frente às resistências”, avalia. 


Inspirada por mulheres como Michelle Obama, Teka Vendramini, primeira mulher a presidir o Sindicato Rural Brasileiro, entidade centenária no Agro, e Nina Plöger, sua mentora e sponsor, Talita defende que o homem e a mulher se complementem profissionalmente. “Suas diferentes perspectivas podem se unir, criando ideias e maneiras mais interessantes de fazer as coisas. Se todos os níveis, de todas as organizações, fossem gerenciados em conjunto por uma mulher e um homem, teríamos uma liderança melhor resolvida, mais criativa e menos desigual.  Como ensina o filósofo Sócrates, o segredo da mudança é concentrar energia não na luta contra o que é velho, mas sim na construção do novo. Cabe às mulheres a decisão de lamentar a falta de espaço e oportunidades no passado ou se unir para construir um futuro com as mesmas condições e igualdade de gênero”, argumenta.


Citando Mary Mc Aleese: “Se os homens não levarem a sério as mulheres, tanto quanto fazem com outros homens, acabaremos com um mundo que só tem uma asa”, Talita, convida à reflexão. “Pássaro com uma asa só não sai do chão, perde a direção, não sai do lugar. É triste de ver, mas essa é a realidade ainda do nosso mundo, batendo deploravelmente uma asa só, sem se beneficiar da elevação, da direção e da confiança de voar com duas asas. E o mais triste é que, muitas vezes, a asa masculina parece achar que precisa fazer tudo para manter a outra asa abaixada. É um desperdício de energia, de vidas. Atitude que tem provocado disfunções nas famílias, em comunidades, em empresas, na política. Precisamos nos conscientizar que quando as mulheres prosperam, o mundo e os homens também prosperam. Todos prosperamos.”, finaliza a empresária.


Fotos: Lidia Muradás | Produção: Robes Britto

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