Almoço salgado
Valor médio do almoço completo em Ribeirão Preto está em R$ 58

Almoço salgado

Pesquisa aponta que Ribeirão Preto possui o almoço mais caro do País

*Matéria publicada na edição 1128 da revista Revide.

Ribeirão Preto possui o valor médio mais caro no almoço no ranking do País, segundo pesquisa divulgada neste ano pela Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador (ABBT). O estudo foi realizado em 51 cidades brasileiras, em 22 estados mais o Distrito Federal, entre fevereiro e abril de 2022, e avaliou o valor pago pelos trabalhadores ao fazer refeições fora de casa, durante o almoço, em restaurantes que aceitam vouchers refeição. 

 

Foto: Daniel NavarroO almoço em Ribeirão Preto, segundo a pesquisa, custa em média R$ 56,84 para uma refeição completa. O valor é R$ 16,20 maior do que a média nacional de R$ 40,64, e R$ 14,00 maior que a média da região sudeste, com R$ 42,83. Segundo o gestor de marketing e relações institucionais da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), Carlos Ferreira, o contexto econômico agravado pelo período de pandemia contribuem para o aumento nos preços dos alimentos. 

 

“O aumento do valor das refeições nos últimos quatro anos reflete uma alta geral no custo de vida, atrelado ao aumento dos combustíveis, dos insumos agrícolas, da inflação e da influência climática na produção de alimentos. A falta de chuvas prejudica não só a horticultura e grãos, mas também a alimentação de animais, em especial, os produtores de leite e carne. Com esses alimentos mais escassos e mais caros para serem entregues nas cidades, o produto sobe de preço nos restaurantes”, avalia Ferreira. 

 

Ainda de acordo com a pesquisa, o valor médio nacional do almoço é de R$ 40,64, valor 17,4%, ou cerca de R$ 6,00, maior do que a relação de 2019, último ano em que o levantamento foi realizado. "Não tivemos acesso à metodologia da pesquisa, porém, Ribeirão, ainda que sujeita aos fatores inflacionários nacionais, é uma cidade com uma oferta muito grande e diversificada de serviços de alimentação. O município destaca-se pela gastronomia, inclusive de alto padrão, o que muito provavelmente impactou na média obtida pela pesquisa. O valor final da refeição depende muito da opção que a pessoa escolhe e da região de consumo. Hoje, é possível desfrutar na cidade de uma refeição entre R$ 15,00 e R$ 17,00 em locais populares e até em franquias, com excelente qualidade”, completa o gestor. 

 

Fatores externos e internos

 

No levantamento da associação que representa empresas do setor de benefícios voltadas principalmente à alimentação e refeição dos trabalhadores, foi avaliado além da média da refeição completa, quatro modalidades de almoço, a comercial, self-service, executivo e à la carte. Em Ribeirão Preto, os valores médios registrados em cada categoria foram respetivamente R$ 38, R$ 42, R$ 57e R$ 77. Segundo o executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional Alta Mogiana (Abrasel), Vinicius Iozzi Ferro, fatores externos contribuem com o aumento no preço dos insumos como a carne bovina, peixes, laticínios e leguminosas, e um acumulo de dificuldades econômicas internas afetam principalmente os pequenos empreendedores do setor de Alimentos. 

“Estamos tendo uma oscilação muito grande nos preços dos insumos em geral. Existem fatores externos que colaboram para isso, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, além das dificuldades econômicas que o Brasil enfrenta desde antes da pandemia estão em um acumulado que acaba prejudicando o pequeno empresário, que compõem parte do setor de Bares e Restaurantes”, diz Iozzi. 

 

O executivo também destaca como fatores que explicam o aumento a pressão inflacionária atual e o período de pandemia da Covid-19, quando cerca de 30% dos estabelecimentos fecharam as portas. “Nós temos um custo de vida elevado em Ribeirão Preto por diversos fatores, porém, o que precisamos deixar claro é que os proprietários de bares e restaurante são pequenos empresários que certamente gostariam de poder cobrar mais barato. Segundo pesquisa própria da Abrasel, 82% dos estabelecimentos do setor repassaram menos da metade ou a metade da inflação em seus preços, ou seja, nós estamos absorvendo essa inflação e de forma alguma estamos repassando todo este valor”, ressalta o representante. 


Foto: Reprodução

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