Alta no açúcar no mercado internacional ajuda sustentar exportações da região
Alta no açúcar no mercado internacional ajuda sustentar exportações da região

Alta no açúcar no mercado internacional ajuda sustentar exportações da região

A China foi o país apresentou maior volume de negócios com a região nos últimos 12 meses: foram mais de US$ 153 milhões

Nos últimos 12 meses, a China manteve-se como principal importador de produtos produzidos na região de Ribeirão Preto. Entre junho de 2015 e o sexto mês de 2016, os chineses destinaram US$ 153,8 milhões para negócios na região, crescimento de 14% na comparação com o período anterior.

A Nigéria é o segundo principal destino dos produtos exportados pela região, enquanto os Estados Unidos foi terceiro país que fez mais acordos com o mercado local. De acordo com o Boletim Comércio Exterior do Ceper/Fundace, entre junho de 2015 a junho de 2016, os norte-americanos importaram US$ 99 milhões da região – US$ 19 milhões a mais do que no período anterior -, além disso, foi também o primeiro importador de produtos feitos no município, com gastos de US$ 15 milhões, enquanto os nigerianos fizeram acordos comerciais de US$ 100,6 milhões, o dobro do registrado no período anterior.

O aumento no valor das exportações se deu principalmente pela guinada nos preços do açúcar no mercado internacional, que com a quebra na safra na Índia, um dos principais produtores mundiais, fez o mercado internacional olhar para o Brasil, permitindo que os produtores, com preços mais valorizados – as sacas de 50kg tiveram aumento de R$ 50 para R$ 80 -, dedicassem mais a produção do produto, o que afeta inclusive o valor do etanol combustível para o mercado interno, por exemplo.

O levantamento constatou também que, enquanto a região exporta mais para países europeus como Holanda e Reino Unido, além da China, o município de Ribeirão Preto exporta mais para países latino-americanos, entre eles Venezuela, que no período pesquisado viu perdas de mais de US$ 6,5 milhões nos negócios com as empresas do município, devido à severa crise econômica e social que o país vizinho sofre, e Colômbia (US$ 11,3 milhões) e Argentina (US$ 8,6 milhões), que mantiveram os acordos comerciais no mesmo patamar do período anterior.

“Isso ocorre, pelo menos em parte, pela diferença na pauta de exportações de cada uma das regiões”, explica o pesquisador do Ceper/Fundace Luciano Nakabashi. Ele comenta que enquanto o município de Ribeirão Preto tem uma concentração maior em produtos industrializados, como equipamentos de uso médico, enquanto a região apresenta uma maior participação de commodities, como açúcar e etanol.

A China é o principal destino das exportações brasileiras em todos os anos considerados pelo levantamento, que analisou dados de 2012 a 2016. O volume das exportações, porém, vem se reduzindo ao longo dos anos. Em 2013, o montante exportado ultrapassou a marca de US$ 45 bilhões, caindo para US$ 19 bilhões em 2016. “A queda no valor das exportações para a China é um reflexo da redução dos preços das principais commodities”, analisa Nakabashi.


Foto: APPA

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