‘As coisas vão mudar para melhor’, afirma fundador do Habib’s
‘As coisas vão mudar para a melhor’, afirma fundador do Habib’s

‘As coisas vão mudar para melhor’, afirma fundador do Habib’s

Alberto Saraiva, que lança livro em Ribeirão Preto, aposta nos pequenos empreendedores para que país saia da crise, mas pede para que pendências na política sejam resolvidas

Mesmo sem estar dentro do Congresso Nacional, em Brasília, a rede de fast food Habib’s pode ser considerada uma das personagens do momento político pelo qual o país vem passando nos últimos anos, que culminou com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), já que a rede utilizou deste fato em propagandas para aproveitar o momento com o marketing.

Mesmo assim, o fundador e presidente da rede que vende mais de 600 milhões de esfihas por ano, Alberto Saraiva, garante que a ideia é manter o diálogo com todos os clientes, e não se afastar daqueles identificados com Dilma, por exemplo, já que ele aponta que os empreendedores têm de saber “democratizar” o negócio.

“Eu estava vendo o país sendo dividido com essa situação política. A população sendo classificada entre os ‘mortadelas’ e os ‘coxinhas’. Uma coisa que não devia ser, porque somos uma nação só. Isso foi a forma que alguns políticos encontraram para se livrar das acusações, uma maneira populista”, acredita Saraiva.

O empresário, que está em Ribeirão Preto para o lançamento de um livro nesta quinta-feira, 15, comenta que a mudança de governo tem deixado os empresários com mais ânimo para investir, já que isso sinaliza que é um momento necessário para que ocorram mudanças, e o término das incertezas. Embora ele acredite que, para que de fato ocorram mudanças, e a situação política e econômica do País saia do “fundo poço”, sejam tomadas medidas que reformem as leis trabalhistas, tributárias e previdenciárias.

“Quando há uma mudança, independente de quem seja, há uma esperança maior. Estávamos em total descrédito. Deu uma levantada na moral, e isso faz toda a diferença. Uma população desmotivada é um desastre, e agora começa existir essa esperança, a economia começa a ter sintomas de crescimento, e o futuro deixa de ser incerto”, diz Saraiva, que espera que as medidas tomadas pelo governo não fiquem paradas nos corredores de Brasília. Além disso, ele afirma que tem de ser resolvida a instabilidade política, para que se resolva a econômica.

Isso vindo de 2015, um ano considerado ruim para empresa, já que foi o de menor expansão, com apenas 20 novas lojas, a metade do que se verificava nos anos anteriores, tanto que foram criados projetos como o Ragazzo Express, com um valor de investimento mais em conta, que deve fechar 2016 com 100 lojas inauguradas, mas que ainda não chegou ao interior de São Paulo. O sucesso do projeto é considerado “uma loucura” por Saraiva, que acredita que o país passa por apenas um momento de transição.

‘Tendência do mercado são os micro e pequenos empreendedores’

O empresário aposta nos pequenos e médios empreendedores, como as franquias, como a tendência para o mercado no futuro, mas ele enxerga que as pessoas que se arriscam a serem os próprios patrões são as mais debilitadas com a crise atual, pois não há o suporte de grandes companhias para superarem os momentos difíceis, por ser um segmento que as ações do mercado são mais ágeis.

“Eu vinha vindo pela Avenida Nove de Julho, aqui em Ribeirão Preto, e via placas de ‘aluga-se’ uma atrás da outra, e você verificava que nestes locais funcionavam justamente esses pequenos estabelecimentos, que estavam iniciando a vida. Mesmo assim, você nota que o setor de franchising cresce em média 10% no ano, enquanto a economia regride, e isso mostra que o brasileiro tem um dom para investir em um negócio, mas precisa de incentivo para isso”, analisa.

E ele garante que sinalizar um caminho para estas pessoas é o objetivo principal de seus livros, como o mais recente '25 Verbos para Construir Sua Vida’, em que ele destrincha os aspectos que vivenciou ao longo da vida, que o ajudaram a expandir uma padaria de bairro em São Paulo a um dos maiores nomes do varejo no país, com mais de 20.000 empregados, e 420 lanchonetes, entre franqueados e próprias.

“Quais foram os caminhos e os atalhos que percorri, e os ensinamentos que aprendi, para repassar às pessoas. E o segredo do sucesso do negócio vem da vontade da pessoa em vencer”, revela Saraiva, que aponta que o empreendedor tem de subir cada degrau se preparando par ao próximo, planejando todos os passos da empresa.


Foto: Leonardo Santos

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