Chave na economia de Ribeirão sofre 6ª retração do ano
Diminuição do mercado de serviços foi de 4,8% no País, a maior da história
O setor de serviços sofreu retração de 4,8% no Brasil no mês de setembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os serviços administrativos e técnicos foram os que mais sofreram, com diminuição no mercado de 8,1%.
Essa é a maior queda no mercado do setor de serviços desde 2012, quando a pesquisa começou a ser realizada pelo IBGE. Setembro foi o quinto mês seguido em que este setor, considerado um dos principais motores da economia dos País, já que emprega quase 70% dos empregados de carteira assinada, apresenta retração.
A redução do poder aquisitivo da população ocupada em relação a setembro de 2014, combinado com a variação de preços do item “alimentação fora do domicílio” acima da média global do IPCA de setembro, contribuíram para que o volume dos Serviços prestados às famílias recuasse 6,7%.
O segmento de Serviços prestados às famílias, como restaurantes, bares e lanchonetes, apresentou uma diminuição do mercado em 6,7% no volume no nono mês de 2015 na comparação com o mesmo mês do ano passado.
O volume dos serviços de informação e comunicação teve variação de -0,7% neste ano na comparação com setembro de 2014. Os Serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC) tiveram variação de -0,9% em volume, já o volume dos Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias cresceu 0,8% frente à igual mês do ano anterior.
O volume de Serviços profissionais, administrativos e complementares recuou (-8,1%) em setembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, muito devido ao recuo de 16% no volume dos técnico-profissionais, principalmente devido à retração nos Serviços de arquitetura e engenharia. Já os Serviços administrativos e complementares caíram 5,3%.
O volume dos Transportes, que representam as entregas, diminuiu 6,4% em setembro, o volume de Outros serviços teve variação de -9,9% em setembro, e as Atividades turísticas recuaram 3,3% em setembro, em relação a setembro de 2014.
Retração afeta Ribeirão Preto
A forte retração no setor de serviços afeta bastante Ribeirão Preto, pelo fato do município ser considerado “capital” regional, e concentrar grande número de empresas do setor, sendo o principal mercado da cidade. Serviços empregam com carteira assinada 116,1 mil pessoas no município, o que representa 52,1% de todos os trabalhadores na cidade.
Em setembro, mês mais recente com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, foram demitidos 3,6 mil trabalhadores que atuam na área, em Ribeirão Preto.
Em compensação, os produtos oferecidos por este setor encareceram em 2015. A inflação dos produtos monitores, que representam esta faixa, é de 14,1%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Associação Comercial e Industrial (Acirp), enquanto o índice dos outros produtos é de 5,97% na cidade, e de 10% no País, de acordo com o Boletim Focus. Segundo economistas, isso pode ser explicado pela queda na demanda devido à crise econômica.
Revide On-line
Leonardo Santos
Fotos: Arquivo Revide