Com placas de ‘vende-se’, Shopping Popular vive às moscas

Com placas de ‘vende-se’, Shopping Popular vive às moscas

Com muitos boxes vazios, comerciantes buscam parcerias para tentar sobreviver

O vendedor Brendo Dias fica na porta do Shopping Popular da Rua General Osório, no Centro de Ribeirão Preto, andando de um lado para o outro aguardando algum cliente chegar, porque ali a situação está bem difícil.

Muitos boxes estão vazios, alguns até com placas de “vende-se”, porque os microempreendedores, que estão alocados depois de terem sido tirados da informalidade do comércio ambulante, desistiram e voltaram a trabalhar nas ruas. Dos 93 boxes, menos de 20 estão ocupados. Tudo por causa da crise econômica, que afastou os consumidores do Centro.



“Tem que ver se entra alguém, porque está horrível. Só foi bom no primeiro ano. Esperamos que melhore. Ouvimos dizer que o Calçadão pode descer até aqui embaixo. Mas até lá, é só esperar”, diz, resignado, Brendo, que trabalha em uma banca no local desde 2013, ajudando a uma tia.

O peruano Carlos Romero acha que a situação pode dar uma melhorada neste fim de semana por causa do Dia das Mães, mas não esconde que o comércio está “muito fraco”, como define. De acordo com levantamento da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), as compras de presentes para a data devem injetar R$ 40,1 milhões no comércio do município.

Ele até encontrou uma forma de driblar a crise vendendo capinhas de celular em atacado, o que segundo ele dá para planejar melhor as vendas, já que os clientes são fixos. Para Romero, a culpa da crise vem da política.

“Esperávamos já essa situação por causa do que teve na Petrobras. A política em geral está ruim. Muito roubo. Eu acho que vai ficar a mesma coisa no futuro, mas temos que trabalhar para sobreviver”, conta o peruano.

Outro comerciante no Shopping Popular, Roberto Santana, diz que a crise o atingiu “feio”, e acredita que isso tenha a ver com o fato de serem pequenos microempreendedores. “Aí complica ainda mais. Se já está ruim para os grandes, então o reflexo aqui é muito pior”, lamenta Roberto.



Ele conta que depois da Copa do Mundo de 2014 as vendas diminuíram bastante. Segundo ele, cerca de 70% do faturamento ruiu, antes a situação era diferente. “Quando inaugurou aqui estava bom, vendíamos bastante, mas desde a Copa do Mundo a crise só fez as coisas aqui caírem”, improvisa um diagnóstico.

Para ele, a solução está nas parcerias, tanto que já procurou a Acirp e o Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) para encontrarem novos caminhos. “Em relação shopping estamos procurando parcerias para trazer mais coisas diferentes para cá que possam chamar a atenção dos consumidores”, completa.

O presidente do Sincovarp, Paulo César Garcia Lopes, afirmou que pretende buscar caminhos junto a outras entidades que representar o comércio no município para encontrar soluções para o problema.

“Os lojistas do Shopping Popular também fazem parte do comércio varejista de Ribeirão Preto. Vamos mobilizar as entidades que representam o comércio da cidade no sentido de buscar caminhos que possam ajudar a solucionar esse problema. Vamos convidar também o poder público a participar desse processo”, disse Lopes.

Foto: Prefeitura de Ribeirão Preto e Leonardo Santos

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