Contratações seguem tímidas na região de Ribeirão Preto

Contratações seguem tímidas na região de Ribeirão Preto

Em fevereiro, 1,7 mil novos empregos foram criados, alcançando 3,3 mil no ano

As contratações começaram a acelerar em Ribeirão Preto no começo deste ano na comparação com o término de 2015, mas o número ainda é abaixo das expectativas. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostram que em fevereiro o saldo ainda foi tímido - 363 vagas criadas - e na região o número já alcança 1,7 mil novos postos de trabalho. Em Sertãozinho, o resultado foi ligeiramente melhor: ao todo, 385 novos empregos foram criados.

A melhora no desempenho do mercado de trabalho em Ribeirão Preto é graças ao setor de serviços, que voltou a contratar este, abrindo 605 vagas. Em janeiro, este ramo já havia mostrado reação, com 238 vagas abertas, bem diferente de dezembro, quando mais de 1,2 mil foram extintos.

O especialista em recursos humanos Dimas Facioli acredita que os serviços, mesmo na crise, necessitam de material humano, já que nenhuma tecnologia pode substituir as pessoas, e por isso as oportunidades de empregos surgem em quantidade maior do que em outros setores, mesmo que seja apenas para a reposição ou a substituição por prestadores que apresentem custos mais baixos.

“Essas contratações são um reflexo do que aconteceu no término do último ano, no qual se demitiu muita gente, porque muitas empresas fizeram o processo de desligamento e reposição. Além disso, muitas pessoas que perderam empregos acabam sendo remanejados para outra, que oferece um serviço mais barato”, destaca Facioli.

Em compensação, no segundo mês do ano, a indústria perdeu acabou com 39 vagas (549 admissões/588 demissões), o comércio, que continua demitindo (2.045 admissões/2.287 demissões), e a construção civil, um dos principais motores do desenvolvimento da região nos últimos anos, permanece estagnada (719 admissões/725 demissões).

“As obras iniciadas no grande ciclo de contratações na construção, justamente no melhor momento da economia nos últimos anos, começaram a ser entregues, e por isso o ritmo menor na criação de vagas”, aponta o especialista.

Em Sertãozinho, a situação é um pouco melhor, comparada à vizinha Ribeirão Preto, isso porque a maioria dos setores pesquisados apresentaram criação de vagas, com exceção da construção civil, que também está parada.

A indústria apresentou 187 novos empregos, o comércio 103, e o setor de serviços 76. No ano, esse município registrou a abertura de 1.298 novos postos de trabalho, situação pior do que em 2015, quando foram 1,8 mil novos empregos.

É preciso lembrar, que o saldo de contratações fica positivo em Sertãozinho neste período do ano, pois é a época da entressafra da cana-de-açúcar, o que demanda manutenção de equipamentos de processamento de etanol e açúcar nas usinas. Segundo o banco BTG Pactual, esse ano terá a capacidade de utilização de 96,9%, o melhor percentual desde 2008, quando começou a crise no setor sucroenergético.

Na região, foram criados 1,6 mil postos de trabalho, sendo 3,3 mil nos dois primeiros meses de 2016, número semelhante ao do início de 2015, quando foram 3,2 mil empregos criados.
 

Foto: Antonio Pinheiro/ GERJ

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