Economia: 'Etanol vai cair mais', afirma representante do setor
“Etanol vai cair mais”, afirma representante do setor sucroenergético

Economia: 'Etanol vai cair mais', afirma representante do setor

A crise financeira pela qual algumas usinas passaram nos últimos anos e as chuvas de junho são as principais influências do sobe e desce nas bombas

Em alguns postos, o etanol é vendido abaixo dos R$ 2,00. Foto: Gabriela MaulimChuva e crise no setor sucroenergético são os principais influenciadores para o sobe desce dos preços do etanol nas bombas de combustíveis em Ribeirão Preto nas últimas semanas. É o que aponta representantes do setor. Em alguns postos, o biocombustível já é encontrado abaixo dos R$ 2,00, depois de custar R$ 2,37, ainda em junho.

O engenheiro agrônomo e presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, afirma que em virtude da situação econômica delicada vivida por algumas usinas, a entrega do etanol às distribuidoras é feito a toque de caixa, pois o armazenamento do produto em anos anteriores ficou impossibilitado, portanto, o que se produz, já sai para as distribuidoras.

“É normal essas oscilações de preço acontecerem quando a safra se firma. Agora, a tendência é o preço do etanol cair. Nas últimas semanas, ele aumentou em virtude das chuvas, que diminuiu a moagem da cana e a produção do combustível. Agora que essas chuvas pararam, a tendência é o preço diminuir, porque tem demanda do produto”, disse Ortolan.

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), nos primeiros 15 dias de junho deste ano a produção de etanol diminuiu, com recuo de 35,7% na comparação com o ano anterior sobre o resultado de 2015. O volume foi de 1,07 bilhão de litros, sendo 637 milhões de litros de etanol.

O documento aponta que a quantidade de cana moída na primeira quinzena de junho foi de 25,83 milhões de toneladas. O número é 34,88% menor quando comparado com o sexto mês do ano passado, e também é menor na última quinzena de maio de 2016, quando a moagem atingiu 32,35 milhões de toneladas, apresentando queda de 20,18%.

Queixa

No fim de junho, alguns donos de postos de combustíveis fizeram reclamações ao Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) sobre o preço dos combustíveis praticado pelas distribuidoras. O etanol era repassado ao preço de R$2,03 o litro, e a gasolina a R$ 3,04 – o que se mantém até hoje.

A Unica esclarece que a formação dos preços do etanol resulta da operação do livre mercado, “cuja oscilação depende de uma série de variáveis e diferentes atores”, como produtores, distribuidores, varejistas e consumidores, e por isso, “não comenta sobre o preço do etanol para o consumidor final”, disse em nota.

O Sincopetro afirmou que foram tomadas medidas para baixar esses preços, compreende que “a velocidade para essas ações começarem a surtir resultados podem não atender as expectativas da revenda”, e por isso o repasse ao consumidor pode demorar um pouco mais.


Foto: Rafael Neddermeyer e Gabriela Maulim

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