Emprego: Ribeirão Preto inicia o ano com menos contratação

Emprego: Ribeirão Preto inicia o ano com menos contratação

Mesmo com queda, setores de Serviços, Indústria de Transformação e Construção Civil foram os que mais contrataram

Embora Ribeirão Preto tenha começado o ano de 2016 com saldo positivo na pesquisa Nível de Emprego com Carteira Assinada, o estudo realizado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, aponta para uma redução no número de contratação no município.

Segundo a pesquisa, os setores que mais contrataram em janeiro último foram os de Serviços, Indústria de Transformação e Construção Civil. Juntos, os setores apresentaram queda de 30% na contratação, em comparação com o primeiro mês de 2015, quando 9,5 mil funcionários foram admitidos. Em janeiro deste ano foram 7,6 mil os contratados.

Os dados foram divulgados nesta semana e o saldo total da pesquisa do nível de emprego foi de 238 – número referente à variação entre o total de admissões e demissões no mês em questão.

O saldo de janeiro deste ano é quatro vezes maior que o do mesmo mês de 2015 (45) e foi impulsionado pela Indústria de Transformação e Construção Civil que registraram os maiores saldos – 261 e 100, respectivamente.

Mesmo com saldo positivo o economista do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp), Marcelo Bosi, afirma que o número não representa uma recuperação para o mercado de trabalho. “Pois, tivemos uma queda no número de contratação”, reforça Bosi.

Comércio

O início do ano geralmente é marcado por um alto número de desligamentos no setor de Comércio o que resulta em saldo negativo neste setor. O economista explica que tal movimentação faz parte da quantidade de contratações temporárias para a demanda gerada pelas festas de fim de ano e as demissões de tais profissionais em janeiro. Em 2016, assim como nos anos anteriores, o comércio segue como o setor que mais demite do que contrata, com saldo -190, para este ano, ante -640 do mesmo período de 2015.

“O fato é que a diminuição foi de maneira geral. O comércio também contratou menos, por isso essa redução do saldo negativo. Mas, não vejo uma luz no fim do túnel, ainda”, aponta.

Informais

Com o mercado de trabalho apresentando uma conjuntura “mais hostil”, a tendência, segundo o economista, é que haja um processo migratório de funcionários que deixam de ser empregados para trabalharem como microempreendedores ou micro e pequenos empresários.

Segundo dados do Empresometro, do site da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, em Ribeirão Preto a quantidade de Micro e Pequenas Empresas ativas no município apresentou leve crescimento. No ano passado eram 78,1 mil MPE’s ativas, em 2016 este número chegou a 79,2 mil.

“O cenário de incerteza que vivemos hoje é propício aos aventureiros, que deixarão o mercado de trabalho para investir em seus negócios e, na maioria das vezes, passarão a atuar como informais, o que diminui o número de contratos formais de emprego – medidos pelo Caged”, destaca Bosi. O economista acredita que a tendência seja de queda, com possível registro de estabilização. "Crescimento, não será tão cedo", finaliza.

Foto: Dênio Simões

Compartilhar: