Empresários de Ribeirão Preto passam a olhar para fora do País para crescer
Acirp projeta aumento nas exportações de empresas da região nos próximos 12 meses em até US$ 21,9 milhões
Mesmo em meio à crise, o diretor industrial de uma empresa fabricante de móveis para escritório de Ribeirão Preto, já olha para frente, ou melhor, para fora, para faturar mais com os negócios. Matheus Bazzan acredita que, exportando, as vendas e o faturamento possam crescer 10% ao ano.
Mas para carimbar o passaporte para sair do Brasil é preciso estar preparado, tanto que ele representou a empresa em que trabalha em uma rodada de negócios promovida pela Associação Comercial e Industrial (Acirp), no começo do mês de julho. Bazzan conta que a empresa já participa de encontro com exportadoras para se habituar ao novo espaço de atuação e para conhecer potenciais compradores.
“Ainda estamos estudando, fazendo a nossa lição de casa para se nos inserir no mercado externo sem sustos”, conta o diretor, que espera começar vender para o mercado sul-americano já a partir de 2017.
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Na rodada de negócios promovida pela Acirp, a expectativa de negócios gerada para os próximos 12 meses é de US$ 21,9 milhões, sendo que US$ 13 milhões já foram firmados durante o encontro.
O montante é bem maior na comparação com os números de 2013 e 2014, quando ocorreram os últimos encontros. Em 2013, primeiro ano da rodada, a expectativa de negócios nos 12 meses seguintes foi de US$ 2,8 milhões, sendo US$ 500 mil negociados imediatamente, e, em 2014, a expectativa de negócios nos 12 meses futuros chegou a US$ 1,7 milhão, com US$ 225 mil firmados ao longo da rodada.
Ao todo, 40 empresas participaram das reuniões junto com 13 comerciais exportadoras. O maior volume de acordos comerciais se deu nos setores de máquinas e equipamentos agrícolas, fertilizantes, e alimentos, como grãos, açaí, açúcar, doces, bebidas, de higiene e limpeza. As compradoras interessadas em exportar dos produtores de Ribeirão Preto e região têm como origem a Costa Rica, África do Sul, Colômbia e Uruguai.
O professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (Fea/USP), Alberto Mathias, aponta que essa mudança de comportamento na indústria vem do aumento do otimismo dos empresários, e que a expansão das empresas regionais para o mercado externo vem acompanhada com um novo olhar de empresas estrangeiras para com o Brasil.
“Com mudança de presidente da república seguida de uma expectativa positiva por parte dos empresários, embora isso não queira dizer que a crise econômica esteja resolvida com as mudanças políticas, uma série de fatores têm de ser postos em prática para que a situação se normalize daqui a dois anos”, sublinhou Mathias.
Foto: Apex-Brasil/Divulgação
