Estimativa da Acirp mostra recessão de 6% em 2015

Estimativa da Acirp mostra recessão de 6% em 2015

Espera por crédito derruba PIB em Ribeirão Preto, que fechou em R$ 20 bilhões no último ano

A dependência do crédito mantém Ribeirão Preto em recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) do município caiu 6,1%, segundo estimativa da Associação Comercial e Industrial (Acirp), divulgada nesta terça-feira, 1º de março.

No último trimestre de 2015, a soma das riquezas do município diminuiu um pouco mais, 7,2%, puxada pela queda na indústria (-12,1%), e comércio e serviços (-5%). Apenas o agronegócio apresentou crescimento (5%), isso em virtude da demanda por etanol e açúcar, que cresceu nos últimos meses do ano.

Assim, o PIB de Ribeirão Preto caiu de R$ 21,1 bilhões para R$ 20,2 bilhões. Isso faz com que os vencimentos per capita tenham caído 5,3%, de R$ 32,1 mil anuais, em 2014, para R$ 30,4 mil, o que representa cortes nos salários e aumento do desemprego.

O economista responsável pelo levantamento, Fred Guimarães, acredita que o desemprego seja apenas uma parte do problema, pois isso apenas reflete a diminuição do faturamento do mercado.

“Falta investimento em infraestrutura, por parte dos governos, mas a iniciativa privada também está muito dependente do crédito e do investimento estrangeiro. Não é emprego em si, mas falta de investimentos, o que gera uma espiral de problemas”, destaca Guimarães.

As movimentações bancárias diminuíram 2,6% no ano, enquanto o crédito encolheu 4,3% indicando que a economia apresenta perda de dinamismo, com redução da representação dos principais agentes econômicos.

Também caiu arrecadação de impostos

Mesmo com um maior número de empresas na região de Ribeirão Preto (cerca de 183 mil, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) perdeu 10% da receita, arrecadando R$ 1,2 bilhão em 2015. Disso, apenas R$ 946 milhões são referentes a Ribeirão Preto.

Já o IPVA apresentou crescimento de 4,3%, entretanto, isso não demonstra que os cofres do Estado estejam mais gordos, já que o aumento é abaixo da inflação (10,6%, em 2015).


Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Compartilhar: