Faturamento das micro e pequenas empresas aumenta pelo segundo mês seguido
Pequenas empresas do setor de serviços tiveram crescimento de 12,1% nas receitas em junho, ante maio, no Estado de São Paulo

Faturamento das micro e pequenas empresas aumenta pelo segundo mês seguido

Pesquisa do Sebrae São Paulo mostra que alta foi de 11,8% em junho na comparação com maio

Pelo segundo mês consecutivo, as micro e pequenas empresas (MPEs) de todo Estado de São Paulo registraram alta no faturamento, de acordo com a pesquisa Indicadores Sebrae-SP. Em junho, o aumento real, já descontada a inflação, foi de 11,8% na comparação com o índice de maio e a receita total das MPEs paulistas somou R$ 61,5 bilhões, o que representa R$ 6,5 bilhões a mais do que no mês anterior.

Ainda na comparação de junho com maio, o setor com o melhor resultado foi a indústria, que apresentou alta no faturamento de 21,4%; em seguida aparecem os serviços com crescimento de 12,1% nas receitas. O comércio registrou aumento de 10,1% no faturamento, na mesma comparação. Segundo o Sebrae-SP,  os resultados indicam uma trajetória de recuperação para as MPEs, que após passarem por queda no faturamento com a pandemia, entre março e abril, tiveram desempenho positivo em maio e junho. O crescimento do faturamento das MPEs, em junho sobre maio, ocorreu em todos os setores e regiões analisados.

Impacto

O faturamento das MPEs em junho representou 82,8% do observado em fevereiro, mês imediatamente anterior ao início da pandemia. Quando as MPEs são classificadas em segmentos mais e menos vulneráveis à pandemia, em junho, as MPEs dos segmentos menos vulneráveis alcançaram 94% da receita de fevereiro. No caso dos segmentos mais vulneráveis, as MPEs obtiveram 73,8% do faturamento de fevereiro.

Na comparação de junho deste ano com junho de 2019, as MPEs registraram queda de 29,7% no faturamento real. Entre os setores, a maior redução foi apresentada por serviços (-42,1%); entre as regiões do Estado, o município de São Paulo apresentou a retração mais forte (-44,5%). "Se por um lado ainda há uma grande distância do nível de faturamento de junho do ano passado, não podemos menosprezar os dois meses seguidos de alta mostrados pela pesquisa", afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit. "Apesar da base fraca de comparação, já que o faturamento despencou durante a pandemia, se os resultados positivos continuarem nos próximos meses, teremos uma sinalização positiva para a recuperação", completa.

Ainda na comparação de junho com maio, a região onde as MPEs tiveram o maior crescimento no faturamento foi o Grande ABC, com alta de 19%, seguido de perto pelo interior, com crescimento de 18,9%. Na região metropolitana de São Paulo, o faturamento no período aumentou 4,8%; já na capital, a elevação foi mais tímida, ficando em 2,1%.

Microempreendedor Individual

O Microempreendedor Individual (MEI) viu seu faturamento crescer de forma mais modesta em junho em relação a maio: o aumento foi de 3,2%, já descontada a inflação. Assim como ocorreu com as MPEs, a pesquisa revelou dois meses seguidos de elevação no faturamento. A receita total dos MEIs em junho deste ano ficou em R? 2,7 bilhões, ou R? 83,1 milhões acima do registrado em maio.

Por setores, o melhor resultado relativo à receita real foi da indústria, com crescimento de 13,6%. O setor de serviços apresentou um pequeno crescimento de 1,4%. Já o comércio viu seu faturamento cair 0,6% em junho na comparação com maio.

Na análise por regiões, os MEIs da região metropolitana de São Paulo registraram crescimento de 10,2% no faturamento de junho ante maio, enquanto no interior houve queda de 4,2% na receita.

No confronto de junho deste ano com o mesmo mês de 2019, a receita real dos MEIs caiu 41,7%, evidenciando que a categoria ainda está distante do faturamento obtido em 2019. "Os pequenos negócios e os MEIs dependem muito do comportamento do mercado de trabalho e da renda do consumidor final, da pessoa física, no mercado interno. A massa de rendimentos da população ocupada no Brasil registrou queda de 4,4% na comparação do segundo trimestre de 2020 com igual período de 2019, segundo o IBGE", explica Poit. "Portanto, os resultados dos pequenos negócios serão um reflexo do que ocorrer com o nível de emprego e renda do trabalhador brasileiro."

Expectativas

Os empreendedores se mostraram relativamente mais otimistas com a economia brasileira. Entre os donos de MPEs, 37% declararam, em julho, esperar uma melhora para a economia brasileira nos próximos seis meses. Em junho, 29% tinham essa expectativa. Em relação ao faturamento da empresa, a esperança de melhora passou de 36% em junho para 38% em julho. Os MEIs, se não se mostram otimistas, pelo menos estão menos pessimistas quanto à evolução da economia. Em julho, 33% disseram acreditar em melhora da economia ante 32% em junho nos próximos seis meses. Com relação ao faturamento do negócio, a parcela dos que confiam em aumento foi de 43% em junho para 46% em julho.

A pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R? 4,8 milhões. São definidos como MEIs os empreendedores registrados sob esta figura jurídica, independentemente do limite de faturamento. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.

*Com informações da Assessoria de Imprensa do Sebare-SP


Foto: Engin Akyurt por Pixabay

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