Fechamento de empresas em Ribeirão Preto desacelera
Fechamento de empresas em Ribeirão Preto desacelera

Fechamento de empresas em Ribeirão Preto desacelera

Para especialistas, movimento é natural, embora a previsão de melhora do cenário demore ao menos dois anos

Desacelerou o fechamento de empresas em Ribeirão Preto em 2016 na comparação com todo o ano de 2015. Mesmo assim, a quantidade de corporações que encerraram as atividades nos seis primeiros meses do ano ainda está maior do que o registrado no acumulado ao longo de 12 meses nos últimos cinco anos, de acordo com o Empresômetro, ferramenta do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

No município, foram 768 empresas fechadas até o dia 23 de julho, data da última atualização do sistema. Quantidade bem menor do que em 2015, quando 3.159 empresários encerraram as atividades do próprio negócio – mesmo se nos próximos meses dobrar o número de fechamentos, estar aquém do total registrado último ano.

Leia mais:
Ribeirão Preto fecha 1,8 mil vagas de emprego formal no primeiro semestre

Porém, o contingente de negócios em Ribeirão Preto que não sobreviveram a este ano é semelhante ao o dos anos pré-crise, mesmo que ainda haja seis meses pela frente.

Em todos os 12 meses de 2014, 1.031 negócios foram fechados no município, em 2013, que nesta década foi o de menor taxa, foram 987, em 2012 foram 1.080 empresas fechadas, e em 2011 foram 1.139 fechamentos.

O professor de administração de empresas da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (Fea/USP), Alberto Mathias, acredita que essa desaceleração é esperada, já que significa um “assentamento da crise”.

Para ele, o indicativo vem com as previsões de queda no PIB de 0,3% para este ano, e de estabilização, mantendo taxa de 0%, em 2017, sinalizando aumento em 2018.

“Ainda estamos em crise, mas ela começou a estabilizar, isso é natural em uma vasta crise iniciada há dois anos, a pior de nossa história. Mas algumas coisas já começam a apresentar sinal de melhora, também, por medidas implantadas pelo novo governo”, disse Mathias, em referência ao aumento das cotas de financiamento da Caixa Econômicas Federal, de 60% a 70%, e do aumento do leque de imóveis que podem receber o financiamento, com o teto de R$ 3 milhões, o que, para ele, pode ajudar a construção civil.

Quase 6 mil novos negócios

Em 2016, já foram criadas 5.808 novas empresas em Ribeirão Preto, chegando a 89.872 novos negócios no ano. Entretanto, economistas ouvidos pelo Portal Revide, deixam o alerta de que isso não necessariamente representa uma mudança de cenário econômico.

O motivo é que o percentual de sucesso destas novas empresas não passa de 50%, já que na maioria das vezes a pessoa não dá início a um negócio para gerar empregos, mas sim um emprego próprio.


Foto: Julio Sian

Compartilhar: